31 de julho de 2025

A cara do Século 21

A coluna de Genésio Araújo Junior é editada todos os domingos neste espaço

Publicado em

(Brasília-DF) Dois assuntos foram determinantes na última semana, e deverão ser a marcantes para as próximas semanas, digo, meses.

A reeleição do Presidente Barack Obama, nos Estados Unidos, e a aprovação por parte da Câmara Federal, do Congresso Nacional, para ser preciso - da nova partilha dos royalties, incluindo o Pré-sal.
 
No passado não muito distante, uma decisão sobre os destinos políticos nos Estados Unidos parecia menos importante, apesar de notória.  Era porque, tinha-se a sensação que por lá nada mudava, o Império era o Império e pronto. As coisas mudaram – a economia mais influente, hoje, no Brasil é a chinesa, porém em época de perdurada crise mundial a eleição na maior economia do planeta – US$ 14 trilhões, o dobro da segunda economia, a China – tem maior importância, especialmente pela forma que se deu.
 
A eleição de Obama parece ser a eleição do verbo e não da forma, parece ser a eleição da mensagem e não do meio. Enfim, a maior economia do Planeta diz que a diversidade vale mais que a tradição.  A eleição de Obama faz com que pessoas bem informadas aleguem que chegou a hora de rever o próprio modelo bipartidário ou rever o Partido Republicano. A Direita, o ‘establisment’, costuma dizer que só ela sabe mudar tudo para deixar tudo do jeito que está.
 
Por que devemos dar tanta atenção a isso que acontece nos Estados Unidos? Ora bolas, o Brasil precisa rever sua política e relação econômica com aquele país. Talvez, o Nordeste do Brasil seja um dos que mais perde com a falta de acordos bilaterais Brasil-EUA, uma opção feita pelo governo federal nos últimos 10 anos. Vamos cuidar disso noutro momento.
 
Os  royalties do petróleo envolvem uma  questão interessante, pois o texto que acabou aprovado, e foi para a sanção da Presidente Dilma, é dos senadores nordestinos Wellington Dias(PT) e Vital do Rêgo(PMDB-PB). Durante o ano passado, acompanhei nos eventos da Subcomissão do Nordeste, presidida por Dias e tendo a presença constante de Vital, essa discussão de uma nova divisão de recursos a partir do Pré-sal. Dias, ao tocar na questão nordestina, incluía este assunto, sempre.  Eventualmente, ele colocava a importância de um novo acerto sobre a questão dos recursos do SUS.
 
Enfim, independente de se argumentar que o Governo Federal entrou tarde nesta discussão, foi arrogante ao desprezar o Congresso e colocou gente despreparada para tratar do assunto, o que fica claro é que esta proposta só prosperou pois, evidente, chegou ao limite a postura da União na lida com a crise fiscal por qual passa este país. 
 
A questão é tão séria que se tivéssemos uma convulsão social, ou uma bela disputa ideológica, como tínhamos no passado - poderíamos estar vivendo um momento de secessão. A União está bem na fita, como mostrou a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, quando falou aos congressistas num evento sobre o Orçamento 2013, porém os Estados e Municípios estão vivendo momentos difíceis. Os Estados e municípios nordestinos mais ainda.
 
Nós sabemos das safadezas dos políticos, mas o problema não é só fruto de decisões da União sobre desonerações ou coisa parecida. A questão é orgânica e dependendo do trato poderá ser o grande discurso em 2014.
 
Diversidade e contas em dia, nada mais século 21!
 
Eis o mistério da fé
 
Por Genésio Araújo Jr, jornalista
 
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