O Day After das eleições municipais
A coluna de Genésio Araújo Junior é editada todos os domingos neste espaço
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(Fortaleza-CE) Durante o domingo tentei, aqui em Fortaleza, falar com nomes importantes dos partidos da base a presidente Dilma – no Ceará existem políticos reconhecidos como importantes para a administração política do Governo.
Nomes como o do deputado federal José Guimarães(PT) e os senadores Eunício Oliveira(PMDB) e José Pimentel(PT) são todos vistos como peças chaves da articulação política do Planalto no Congresso Nacional. Os com quem conversei, e foram poucos, não quiseram falar. Todos envolvidos com a disputa local fugiram do questionamento de jornalista que fazem a cobertura nacional, e que vieram à cidade, quando o assunto seria o futuro da relação. Com raras exceções todos preferiam falar da possível vitória de seus candidatos na eleição do domingo.
Não vai ser fácil falar de futuro. O senador Humberto Costa(PT-PE) antes do primeiro turno falar disse à Política Real que o que viria das eleições municipais não iria contaminar a relação pois a classe política saberia lidar com o depois. A mesma coisa disse o senador Wellington Dias(PT-PI). Os dois senadores foram derrotados no pleito e estão curando suas feridas. Eles têm o que reclamar dos partidos da base.
Na segunda feira, além dos choros e os ecos dos cantos de vitória – terão todos que conviver com uma pauta parlamentar complexa para a Presidenta Dilma, aliado ao fato que não vai se segurar as especulações, e cobranças, sobre reforma ministerial.
Gente como o PMDB, um dos fiadores da vitória de Haddad em São Paulo, tem todo o direito de receber mais postos importantes na Esplanada. Mostrou que mesmo sem ministérios bons de voto tem café no bule para servir e só não está do mesmo tamanho face ao nascimento do PSD e aos partidecos que pegaram seu quinhão, tipo o PSC.
O PSD tem todo o direito de participar do Governo e pretende um espaço digno.
Dilma foi sócia das derrotas do PT, junto com Lula e não é a grande vitoriosa em São Paulo – onde Lula mostrou sua força. O crescimento da Oposição no Norte e no Nordeste terá que ser administrada no Congresso Nacional em momento particularmente tenso com a chegada do Orçamento, a nova redivisão dos royalties e as MP’s da Energia Elétrica.
Tudo isso ainda tem que contar com o fim do ano onde teremos alguma medida de impacto face ao que virá dos Estados Unidos, onde seguida a eleição presidencial haverá alguma medida de impacto, seja qual for o resultado. Da Europa e da Ásia deverão vir novidades. A crise europeia precisa de um novo momento e a China, com seu baixo crescimento em período onde o Hemisfério Norte consome muita energia e constrói quase nada face ao frio – deverão mostrar alguma coisa.
Tudo isso terá influência no Brasil e na lida com a base política da Presidenta Dilma. O pior é que os articuladores políticos do Planalto são bons para guerras e não para administrar a paz.
Se você pensava que viria a calmaria, depois dos tambores das eleições, está completamente enganado.
Eis o mistério da fé
Por Genésio Araújo Jr, coordenador editor
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