31 de julho de 2025

A reta final das eleições nordestinas

A coluna de Genésio Araújo Jr é publicada todos os domingos neste espaço

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(Brasília-DF) Quando começaram essas eleições municipais informamos aos que nos acompanham aqui, e em outras publicações( jornais, sites e blogs), que das nove capitais nordestinas seis delas estavam propensas a elegerem candidatos de oposição ao atual Governo e ,especialmente, ao Partido dos Trabalhadores, o partido hegemônico, pois tem a Presidência da República.
 
Estamos na reta final das eleições, visto que nem todos os locais têm segundo turno pela exigência de mais de 200 mil eleitores. Todas as capitais nordestinas têm mais de 200 mil eleitores. No início das eleições, o PSDB tinha favoritos em três capitais(São Luís, Teresina e Campina Grande), enquanto o Democratas tinha os seus bons de intenções em mais três capitais(Salvador, Fortaleza e Aracaju).
 
Com o decorrer da disputa, os tucanos ganharam a possibilidade de vitória, já em primeiro turno, na cidade de Maceió com o jovem deputado federal Rui Palmeira(PSDB-AL). Os partidos da base de Dilma despontavam com algumas boas condições em Recife e Natal.
 
Chegada a última semana, o Democratas corre risco mortal em Salvador e Fortaleza, e poderá ficar fora do segundo turno. Em Aracaju, a tradição de disputas que se encerram nos últimos momentos poderá gerar a esperada vitória do veterano João Alves(DEM) ou até uma impressionante derrota. Pesquisas internas apontam que o número de indecisos e a aproximação feita pelo candidato do PSB, o deputado federal Valadares Filho, podem gerar um fato inusitado na capital dos sergipanos.
 
O PSDB deverá ter uma vitória em primeiro turno em Maceió, porém vive o pior em São Luís e em Teresina.  Vai encarar os candidatos da moda. O PTB deverá tirar o PT do segundo turno, a não ser que o senador Wellington Dias confirme sua fama de bom de chegada. O PSDB vê o inusitado, também, de ter seu favorito, o ex-prefeito Firmino Filho, engolido por um “todos contra”. O veterano João Castelo(PSDB) deverá enfrentar no segundo turno o jovem deputado federal Edivaldo Filho(PTC-MA), apoiado por todos os partidos de esquerda, à exceção do PT, e por Flávio Dino(PC do B) – a voz emergente, a partir do enfraquecimento das velhas lideranças maranhenses. O interessante em São Luís é que todos os que estão na reta final são lideranças surgidas dos anos de sucesso do falecido Jackson Lago(PDT).
 
Poderemos e deveremos ver surpresas. Não ocorrerão face à reta final do julgamento do “mensalão”, pois em quase nenhum local, a não ser em algum momento na cidade de São Paulo, tal evento afetou os humores do eleitorado. As oposições ainda podem eleger seis ou sete prefeitos no Nordeste, mas o razoável é que elejam, no máximo, prefeitos em quatro capitais.  Seria fantástico para eles, visto que hoje têm apenas um, em São Luís, e para muitos dois, se incluirmos Natal, com o PV da recordista de antipatias Micarla Sousa.
 
Para Dilma isso não é fim do mundo, pois a última pesquisa CNI-Ibope, divulgada na última semana - apesar de mostrar uma grande popularidade da Presidente e do Governo Dilma no Nordeste, ela passou, pessoalmente, a ter a maior atenção no Sul do país, região que sempre foi contra Lula. O interessante é que o sulista que mais aprova a figura da Presidente Dilma Rousseff não é o que mais aprova seu Governo, que não deixa de ser um Governo do PT.
 
As eleições nordestinas poderão não ser o melhor para o Governo, no entanto existe onde buscar fôlego.
 
Por Genésio Araújo Jr, jornalista