31 de julho de 2025

Nunca foi tão claro diferenciar direita de esquerda?!

A coluna de Genésio Araújo Junior é editada todos os domingos neste espaço

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( Brasília-DF) Nesses dias, se fala muito das eleições nas principais capitais brasileiras, da fala da Presidenta Dilma Rousseff na véspera do feriado da Independência - anunciando mudanças nas tarifas da energia elétrica para o ano que vem, ao tempo que questionava o modelo de privatizações oferecido ao Brasil nos Anos 90.

 

Ainda na quinta-feira, o Presidente dos Estados Unidos, Barcak Obama, fez um discurso na convenção do Partido Democrata, na cidade de Charlotte, na Carolina do Norte, quando oficialmente aceitou a indicação para concorrer à reeleição na disputa de novembro. A fala foi histórica.
 
A Presidenta Dilma Rousseff que ganhou pontos junto à população média por se comportar como se política não fosse, mostrou nessa semana, é deverá repeti-lo várias vezes nos próximos dias, nas próximas semanas que é política sim.

Em meio à eleição municipal, a Presidenta tomou a decisão de criticar os tucanos e seu modelo privatista justo quando anuncia que está fazendo algo “diferente” na questão das concessões. Dilma anuncia um grande desconto nos preços da energia elétrica, que reduzirá os custos de diversos setores industriais, e da vida do cidadão comum, porém isso só se efetivará no início de 2013! Tudo isso se dá em meio a grandes dificuldades eleitorais por que passam vários dos candidatos do Partido dos Trabalhadores e de partidos da base aliada. No Nordeste, os candidatos de oposição continuam mandando e se distanciando, em muitos casos.
 
Dilma deve ter notado, finalmente, que eleição municipal para uma Presidenta que se comporta com desdém com a política, não é tão desprezível assim. Os últimos chefes de Governo e Estado eleitos, desde a redemocratização, necessitaram, evidentemente, dos votos do Nordeste, Rio de Janeiro e Minas Gerais.  Os votos do Rio de Janeiro parecem dominados pelo PMDB, os votos de Minas Gerais serão mais difíceis se tiver um mineiro na disputa (Aécio Neves), e se as diferenças do Nordeste não vierem como no passado?!   Numa eleição disputada, se não se contar com aliados fiéis, em postos chaves, qualquer diferença vale muita ação republicana.
 
Nos Estados Unidos, a fala de Obama, trocando o “Yes, We Can”  por um “You Can a Choise” cheia de referências claras entre o “solidário” e o “individual”, entre o “definitivo” e o “efetivo” nos fizeram crer que as diferenças nunca ficaram tão claras na terra onde todos estão unidos pela crença de que o homem é senhor do seu destino, que é possível mudar o mundo com uma ideia. O capitalismo vive uma crise para se reinventar. Nunca ficaram tão claras as definições entre ser esquerda e direita hoje.
 
É incrível como isso se dê tão claramente nos Estados Unidos e fique tão difícil de entender isso no Brasil.
 
Eis o mistério da fé.
 
Por Genésio Araújo Jr, é jornalista