31 de julho de 2025

Será que Lula faz falta?!

A coluna de Genésio Araújo Jr é publicada todos os domingos neste espaço

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( Brasília-DF)  Estamos iniciando a última semana de maio e começando a primeira semana de junho.  A Política como a maioria das atividades humanas é movida pelo calendário. Talvez, Gregório XIII, ainda no século 14 da Era Cristã, ao promulgar a fórmula mais comum de contar dias, meses e anos  não imaginasse que os políticos seriam os maiores reféns dos dias marcados.
 
É impressionante que à beira de começar o mês das convenções partidárias, que vão definir os candidatos para as eleições para alcaides e edis, ainda estejamos nas condições que temos. 
 
Com exceção de São Luís, a capital do Maranhão, onde o PT já tem um candidato com apoio do PMDB, o outro grande partido da base da Presidente Dilma Rousseff, praticamente nenhum outro estado nordestino tem uma clareza para onde irão os três principais partidos da base em Brasília: PT, PMDB e PSB.  Pode ser justamente no “arrumado” Maranhão que o PSDB, que é o maior partido da oposição, possa ter sucesso tanto em São Luís como, na importantíssima, cidade de Imperatriz.  
 
Em Aracaju, o PT e PC do B que mandaram por anos correm o risco de perder a hegemonia para o Democratas, do cacique João Alves,ou para o novo cacique Eduardo Amorin, que com o seu PSC pode inventar uma alternativa que poderia inserir o PPS no circuito.  Em Maceió, e na importante Arapiraca, poderemos ter o PDT de Ronaldo Lessa voltando a dar as cartas. Na outra importante cidade alagoana, tudo indica que o PMDB de Renan Calheiros e o PTB de Collor de Melo vão dar às cartas.
 
O eixo de ação forte do PSB, o maior partido no Nordeste face à presença de quatro governadores( PE, CE, PI e PB), impressiona e não seria diferente.  À exceção de João Pessoa, onde o PSB tem um candidato forte, nas outras capitais - Fortaleza, Recife e Teresina – o partido aceita fazer concessões para garantir o prato feito na sucessão desses mesmos governadores, em 2014. A insegurança na relação com o PT, e não com o PMDB, é grande no Ceará, Pernambuco e Piauí.  A forma com a Presidenta Dilma Rousseff lida com a política municipal, e isso ficou claro na última Marcha dos Prefeitos à Brasília, já é considerada, apesar de pouco comentada, até agora - como um fato único, histórico.  A ausência do Presidente Lula, em consequência de sua doença e convalescência – destacado para a missão política, nessas eleições municipais preocupa ,mais que anima.  Até os adversários do PT gostariam que Lula estivesse mais dedicado às eleições nos Estados para dar um alívio no quando paulistano, especialmente.
 
Dos movimentos de Dilma, com mudanças nos ministérios, ela ajustou o quadro em Salvador e Campina Grande.  Ela tirou vários baianos de cargos no primeiro e no primeiríssimo escalão, como a Petrobras - o que levou a uma certa união de PT,PSB e PC do B, em Salvador, notadamente.  A força de Aguinaldo Ribeiro, com o Ministério das Cidades, deu fôlego ao PP paraibano.   Em Natal e Mossoró, os mais tradicionais grupos políticos vão continuar mandando. 
 
O PDT pode voltar e o PSB ressurgir, já no Oeste potiguar tudo deverá ficar como está.
A primeira vista, se a coisa não mudar(e mudam!), o PSDB poderá fazer de duas a três grandes cidades( mais de 200 mil eleitores), o PDT poderá fazer, também, duas ou três, o Democratas outras duas são possíveis.  PC do B está bem cotado em uma.   PMDB, PR, PP, PSD e os outros são uma incógnita – vai depender do mês junino. E o PT? Poderá ter as três capitais do Nordeste – Salvador, Recife e Fortaleza -, poderá ficar sem nenhuma se exagerar da mão.  Será que Lula faz falta!?
 
Eis o mistério da fé.
 
Por Genésio Araújo Jr, jornalista
 
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