Não dá para viver sem essa gente, Seu!
A coluna de Genésio Junior é publicada todos os domingos
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( Brasília-DF, 09/01/2011) Para quem disse que nunca chegaria, pois já se foi. Vivemos a primeira semana do Governo Dilma Rousseff.
A primeira mulher no poder tinha que ser diferente. A primeira reunião ministerial foi feita com dois laptops em sua mesa. É o estilo Dilma. Um indicativo de que mulheres no poder devem ser precisas e intuitivas!? Pois bem, chamou atenção como os nordestinos e os temas da região foram protagonistas.
A posse dos ministros foi um verdadeiro festival. Logo na segunda, quando sete ministros nordestinos tomaram assento vimos o domínio do governador Jaques Wagner, da Bahia, que foi o chefe de governo que foi a mais posses com posição de relevância. Começou com o Ministério do Desenvolvimento Agrário, que tem uma forte influência nordestina com a gestão do Pronaf B - coração-mãe da agricultura familiar. Nossa cara.
Outro momento nordestino marcante foi a posse do ministro Fernando Bezerra Coelho, na Integração Nacional, que surge com o anúncio da criação da Secretaria Nacional da Irrigação que vai tomar de conta do Dnocs e da Codevasf, com jeito de que pretende fazer amplas reformulações. Detalhe: a decisão de fazer a Codevasf tomar de conta do Canal da Transposição vai fazer a empresa atuar no Ceará e Rio Grande do Norte.
Vimos também o protagonismo do deputado Henrique Eduardo Alves(RN), que nunca foi de assumir o figurino do gladiador ou de um Pit Bull político. Sua voz de contralto rouco nunca combinou com isso, mas na falta de um Geddel Vieira Lima ou de um Renan Calheiros( um abatido pela prepotência e outro pela história) sobrou para ele a condução do maior partido de centro deste país. Temer e Sarney atuam como já se sabe. Henrique chamou atenção por ter lembrado que o governo agora além de coalizão e de sociedade com o PT. Tal movimento influenciou em tudo. Os gaúchos, paulistas e mineiros ficaram com o cabelo em pé.
O movimento dos nordestinos fez com que a presidente Dilma pedisse ao senador José Sarney( sempre ele!) entrasse em campo para evitar o pior na relação PT-PMDB. Pois bem, não parou por aí os movimentos dessa gente poderosa que nasce acima do paralelo 20º.
Além da questão do dólar, o fato positivo mais importante dessa primeira semana foi o anúncio de que teremos o “PAC da Erradicação da Miséria”. Mais uma vez deveremos ser os protagonistas. Não só porque a maioria dos miseráveis estejam em nossas bandas ,mas porque os números apontam, assim como as experiências, para uma ação meritória profunda. Pelo que se viu, para o emburrar de alguns da época de Lula, ela pretende aplicar um ação em que se use a gestão, controle de metas, com uma política clara de ações produtivas que gerem portas de saída. Lembro como se fosse hoje que Lula, ao lançar os “Territórios de Cidadania” criticara os que falavam em portas de saída do Bolsa Família. Aí no Nordeste, temos números que apontam ações pelo microcrédito extremamente exitosas. Não consegui falar com Marcelo Néri, um carioca da FGV que entende e tem números à beça sobre isto.
Bem, pelo jeito não dá para viver sem esses nordestinos infernais, ou seriam divinos?!
Eis o mistério da fé.
Por Genésio Araújo Jr, editor da Política Real – Agência de Notícias
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