Os nordestinos da equipe econômica
A coluna de Genésio Araújo JR é publicada todos os domingos neste espaço
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( Brasília-DF) Estamos na contagem regressiva para os primeiros anúncios da equipe do novo governo. Vai começar mesmo pela equipe econômica.
Antes da entrada de nordestinos nessa equipe é necessário cuidar de outras questões primeiras. Como a Presidente vai lidar com esta vertente do poder? O mercado financeiro já trabalha com a sensação mais que concreta de que a titular do executivo, por ter formação na área, vai querer instalar alguns alter egos nos postos chaves. Seriam colaboradores espelhos – algo como pessoas que seriam quase uma Dilma em cada ministério. Difícil imaginar? Não, ela teve experiência no atual governo para saber onde buscar. Seria bom? Não se sabe. A dificuldade em lidar com pessoas com opiniões muito diversas parece ser uma dificuldade incontornável da primeira presidente do Brasil.
Hoje, a equipe econômica não tem nenhum nordestino no primeiro escalão mas tem alguns no segundo escalão. A tendência é que a futura equipe econômica não tenha nordestinos no primeiro escalão, mas se verificarmos que se poderá esvaziar o status do Banco Central, ela poderia dar nova dimensão ao Ministério do Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio. Como toda desenvolvimentista, a retomada da industrialização poderá fazer com que ela dê novo status a esta pasta. O nome cotado para isto é o do senador eleito Armando Monteiro Filho(PTB-PE). No segundo escalão já temos hoje mais dois pernambucanos - a presidente da Caixa Econômica, Maria Fernanda Ramos Coelho e o presidente do BNDES, Luciano Coutinho. São muitos os pernambucanos. Não por acaso, apesar do Piauí ter se destacado nas contas regionais como o PIB em maior crescimento nos últimos anos, vem a ser Pernambuco a nova estrela do Nordeste do Brasil. Isto já gera ciúmes na Bahia e no Ceará.
Não se sabe se todos esses pernambucanos vão ficar. Tudo indica que Maria Fernanda e Luciano Coutinho continuarão muito bem instalados. O senador eleito Armando Monteiro vive dificuldades em seu PTB, segundo apurou a Política Real, para ser indicado para o posto. Reclamam que ele operou antes com Eduardo Campos, presidente de outro partido, o PSB. Caiu na rede que Ciro Gomes vai para o BNDES. Seria bom para o Ceará e para o equilíbrio da região. O BNB ganharia muito com isso. O problema do mais famoso dos Ferreira Gomes é que ele não se articula bem com o grande empresariado nacional que financia boa parte das pessoas que ele tanto critica quando está em dias de bom humor! O comando deste banco dará um mapa do desenvolvimento do Brasil nos próximos 20 anos. Ele tem a favor, também, o fato de ter trabalhado o Plano Nacional de Desenvolvimento Regional, o que seria muito bom para nós do Nordeste.
Coutinho, Maria Fernanda, Armando Monteiro seriam alter egos nordestinos da Presidente? Ciro Gomes seria, outro, também?!
Essas são algumas perguntas que serão respondidas em breve, antes até da divulgação do resto do Ministério.
O perfil da presidente exige isto.
P.S. A reunião da Executiva do PT no último fim de semana pode ter inaugurado uma nova tendência do partido em favor do Nordeste. Vamos aguardar.
Eis o mistério da fé.
Por Genésio Araújo Junior
