Proposta Indecente
A coluna de Rangel Cavalcante é publicada todos os domingos aqui e nos "Florida Review" e
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(Brasília-DF) O deputado Ciro Gomes não tem o direito de aceitar a proposta indecente do presidente Lula para candidatar-se ao governo de São Paulo. Dos poucos sobreviventes do naufrágio da nau da decência da política brasileira, o ex-governador cearense não pode submeter-se a participar do jogo sujo dos que, não satisfeitos em negar e sujar a própria biografia, querem agora lançar também na lama a dos outros. Ciro Gomes tem um compromisso com o Ceará e com o Brasil. E isso não envolve São Paulo em particular. Essa candidatura de Ciro ao Palácio dos Bandeirantes foi urdida pelos maquiavéis de macacão do governo federal como apenas uma jogada a mais para tirar do caminho quaisquer obstáculo à candidatura da ministra Dilma Rousseff à sucessão de Lula. Para o grupo palaciano não importa que os meios sejam sujos, desde que os fins sejam a manutenção do poder nas mãos dos companheiros. Ciro Gomes não pode ser candidato no Ceará a não ser à reeleição para a Câmara, por ser irmão do governador. Mas pode disputar novamente a presidência da Republica, como um dos poucos políticos brasileiros que não substituíram ainda o currículo por um prontuário. O Ceará fez dele deputado estadual, prefeito, governador e deputado federal, gerando pelo voto um político de credibilidade nacional. Não precisa pedir ao Ministério Público que zele pela sua biografia, pois quem tem que zelar pela biografia é o próprio biografado. Na verdade o PT não gosta de Ciro. Lula também. Querem apenas usá-lo como marionete, afastando-o da disputa pela presidência da República, porque ele tira votos de Dilma e sua candidatura seguramente levará a decisão para o segundo turno, o que apavora a camarilha palaciana. Aceitando essa barganha, o deputado cearense estará negando toda a sua história, que é curta no tempo mas larga em ações.Precisará de uma nova cara, desta feita de pau, para enfrentar o povo cearense e os brasileiros que ainda têm vergonha na dita cuja. E tem mais: se embarcar nessa canoa furada, além de sujar a própria ficha e de trair os cearenses e os brasileiros, ainda perde a eleição.
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Fraqueza
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O gigante brasileiro não resiste às pressões. Engoliu em seco o confisco das refinarias da Petrobrás na Bolívia pelo companheiro Evo Morales. Depois fez vista d’olhos ao calote que o Equador deu nas construtoras brasileiras. Agora capitula ante o Paraguai e dá mais US$ 240 milhões, que não devia, para o companheiro Fernando Lugo, dinheiro que vai sair do bolso de todos os cidadãos brasileiros e não apenas do consumidor de energia elétrica.
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Tardia
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Na Comissão do ministério da Justiça o processo de anistia tardia do doutor Vulpiano Cavalcanti, o humanitário médico cearense, perseguido e torturado não apenas pela ditadura militar, mas também pelo governo de Vargas. Teve os dedos quebrados a martelo para que não pudesse mais operar. Comunista de antigamente, daqueles que já não se fazem hoje. As únicas armas que viu na vida foram as usadas pelos seus torturadores.
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Mais um
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O presidente Lula acaba de enviar ao congresso um projeto de lei criando o Vale-Cultura, que será o carro-chefe de um novo Programa de Cultura do Trabalhador. Uma forma a mais de usar o dinheiro do contribuinte no assistencialismo que já está criando a primeira geração de uma nova categoria profissional no país, a do ocioso remunerado. O cidadão vai ganhar R$ 50,00 por mês para se tornar num intelectual.
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Solução
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O “senador” Vieira manda a receita para a secretaria de Cultura do Ceará por fim ao constante roubo dos óculos da estátua da escritora Rachel de Queiroz, lá na Praça dos Leões. Sugere que coloquem lentes de contacto na autora do Quinze”.
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Atestado
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A demissão da técnica Lina Maria Vieira da Receita Federal é um verdadeiro atestado de honorabilidade. É que, como o atual governo jamais demite um auxiliar por incompetência ou envolvimento em corrupção, ela está fora das duas hipóteses. Caiu porque cumpriu com o dever, mexendo nas mutretas da petrossauro e nas da família de certo oligarca.
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Memória
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O pessoal do PSDB também tem, como a maioria dos políticos, memória fraca. Tanto que, empenhado em denunciar as verbas dadas pelo governo à Fundação do senador José Sarney, não lembra que em 2005 o ministério da Cultura deu nada menos de R$ 8 milhões para o Instituto Fernando Henrique Cardoso torrar na preservação, catalogação e digitalização do acervo do sociólogo tucano. E ninguém cobrou ainda a prestação de contas. Naquele mesmo ano o contribuinte pagou R$ 650 mil pela produção de um audiovisual com o título “José Sarney – um nome na História”.
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No pedal
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Brasília tem agora 50 pontos de aluguel de bicicletas em vários locais da cidade, boa parte deles nas estações do metrô, numa tentativa de desestimular o uso do carro pela população. O preço é que está salgado: entre R$ 8,00 e 10,00 a hora, quando tem loja vendendo bike a pouco mais de cem pratas.
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Frase
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Senadores brasileiros, à frente José Sarney, ouviram do senador Gerardo Morales, presidente da União Cívica Radical, um dos grandes partidos políticos argentinos, durante homenagem ao falecido ex-presidente Raul Alfosin: “Obrigado Raul, por nos ensinar que se pode ser político e decente”.
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por Rangel Cavalcante
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