31 de julho de 2025

Nordeste e a Crise

Deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA) pediu a Márcio Thomaz Bastos explicações detalhadas da visita de seus assessores a casa de Palocci e questionou sobre que informações foram dadas ao Presidente Lula.

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(Brasília-DF, 20/04/2006) O líder da minoria, José Carlos Aleluia (PFL-BA), fez três questionamentos ao Ministro Thomaz Bastos: se seus assessores pediram sua autorização para ir a casa do Ministro Palocci em sua ausência; se quando o Ministro foi a casa de Palocci apresentar advogado para o então Ministro já existia indícios de seu envolvimento, e qual foi a reação do Presidente da República ao saber dos acontecimentos.

 

 

Márcio Thomaz Bastos fez uma longa retrospectiva dos acontecimentos, narrando os fatos que ocorreram entre os dias 16 e 27 de março. Ele declarou que:

 

 

1. Dia 16 de março viajou para Rondônia;

 

 

2. Dia 16 de março a noite o seu assessor Daniel Goldberg foi a casa do Ministro Palocci;

 

 

3. Nesse encontro o Ministro pediu opinião a respeito de um recurso o Ministério Público chamado reclamação e perguntou se a Polícia federal poderia investigar um fato que ia sair em reportagem do Jornal O Globo;

 

 

4. O assessor Goldberg foi embora da casa de Palocci, tendo respondido apenas a primeira pergunta;

 

 

5. No dia 17 consultou o outro assessor do Ministério, Cláudio sobre o assunto e decidiram que não iam pedir a Policia Federal investigação a respeito das denúncias veiculadas no jornal;

 

 

6. No dia 17 a tarde avisaram a Palocci que não iam fazer a investigação;

 

 

7. No dia 17 os assessores Claudo e Goldberg fizeram ligações para Thomaz Bastos contando alguns dos acontecimentos.

 

 

 8. Na volta de Rondônia o Ministro da Justiça pousou em Brasília para abastecer avião e seu assessor Cláudio foi a seu encontro e explicou detalhadamente o pedido de Palocci de investigar o caseiro Francenildo por falso testemunho;

 

 

 

 

9. No dia 20 o assessor Goldberg contou ao Ministro que o presidente da Caixa, Jorge Mattoso esteve na casa de Palocci na noite de sua visita;

 

 

 

 

10. No dia 20 a noite o Ministro Thomaz Bastos ligou para chefe da Polícia Federal para iniciar investigação sobre quebra de sigilo bancário do caseiro;

 

 

 

 

11. Dia 21 pela manhã houve reunião de coordenação dos Ministérios, quando Palocci pediu a Thomaz Bastos indicação de um advogado;

 

 

 

 

12. Dia 21 a noite o Ministro da Justiça relatou ao Presidente Lula sobre possível quebra de sigilo bancário feito pela Caixa e que sigilo foi divulgado na imprensa. Segundo Thomaz Bastos o presidente afirmou que: “Isso é muito grave, porque é um Estado violando direitos de um cidadão simples”;

 

 

 

 

13. No dia 23 o Ministro foi a casa de Palocci apresentar o advogado Arnaldo Malheiros;

 

 

 

 

14. No dia 23 a noite Thomaz Bastos se reúne com Presidente Lula e Palocci, e o Presidente exige uma investigação alegando que os fatos são graves;

 

 

 

 

15. No dia 24 o funcionário da Caixa Econômica, Jader, afirma que pegou sigilo bancário do caseiro a mando de uma superior;

 

 

 

 

16. No dia 26 a chefe de Jader admite que pediu o sigilo bancário e entregou para Ricardo;

 

 

 

 

17. No dia 27 Ricardo deu depoimento afirmando que o sigilo foi entregue ao presidente Jorge Mattoso, neste mesmo dia Palocci renunciou;

 

 

 

 

O Minstro Thomaz Bastos se defendeu dizendo que quando indicou advogado não existiam comprovações do envolvimento de Palocci e reforçou que presidente Lula sempre exigiu uma investigação. “O presidente disse que a investigação era uma questão de honra do governo, pois os fatos eram graves”, comentou;

 

 

 

 

Durante intervalo do depoimento do Ministro, o líder da minoria afirmou que Thomaz Bastos esclareceu sua inocência no caso mas falhou ao indicar advogado a Palocci. “Ele transgrediu o direito do cidadão por ter indicado um advogado ao companheiro”, disse José Carlos Aleluia.

 

 

 

 

(por Liana Gesteira)