Bahia.
Deputado Cláudio Cajado(PFL) critica superávit que ele considera exagerado; Parlamentar lamenta excesso de superávit em detrimento de investimentos públicos.
(Brasília-DF, 01/11/2005) O deputado Cláudio Cajado(PFL-BA) publicou artigo no informativo do PFL, a que tivemos acesso, em que critica o aumento do superávit do Governo Federal faltando ainda quatro meses para o fim do ano.
Ele salienta que o parlamento aprovou um superávit de 4,25 por cento e não de 6,3 por cento. Confira o artigo, na íntegra:
“Superávit fiscal
Assistimos à manifestação popular por intermédio do referendo que claramente demonstrou insatisfação contra o governo federal não apenas, e principalmente, em relação à segurança pública ou insegurança pública em que vivem os brasileiros, mas também em relação à condução equivocada de várias ações, especialmente neste ambiente que confunde corrupção com incompetência.
Não bastassem, a febre aftosa atacando nossos rebanhos e prejudicando um dos grandes incentivos à economia nacional, que é a exportação da carne bovina; os movimentos sociais reivindicando recursos do governo federal; a marcha dos prefeitos a Brasília, cujas prefeituras estão em
estado pré-falimentar, amargando escassos recursos para fazerem frente às inúmeras demandas sociais, de infra-estrutura e tantas outras; os parcos recursos direcionados para o aumento do salário do funcionalismo e das Forças Armadas; o veto do governo federal
ao reajuste de 15% sobre o vencimento dos funcionários da Câmara dos Deputados e do Senado Federal; as inúmeras insatisfações do setor produtivo nacional, que está prejudicado diante dos juros extorsivos que aniquilam e fulminam de morte aqueles que desejam produzir e gerar empregos no País; ficamos perplexos com o número divulgado do superávit primário de 6,3% praticado até este mês!
Votamos um superávit de 4,25%, mas que está em 6,3%, fazendo com que o Custo Brasil se eleve por causa do estado precário das estradas nacionais e do frete mais caro dos transportes, fazendo com que vidas sejam ceifadas.
O governo precisa ouvir os pronunciamentos e as críticas construtivas que ecoam do Parlamento, da mídia brasileira e principalmente da manifestação popular oriunda das urnas do referendo de domingo.
Não é possível que o governo pratique um superávit dessa magnitude em detrimento do setor produtivo nacional, do setor exportador, dos pecuaristas, dos funcionários públicos, sobretudo dos prefeitos e prefeitas do Brasil afora que estão ressentidos por não poderem realizar investimentos, pois os recursos alocados pelos parlamentares no Orçamento Geral da União ainda não foram executados. Apenas 4,25% do Orçamento Geral da União foi executado até o mês de outubro no que diz respeito aos investimentos.
Que tudo isso sirva de alerta para que o governo se sensibilize com o que está ocorrendo no País. Estamos com a economia e a inflação sob controle. A Lei de Responsabilidade Fiscal veio para ficar, mas essa dosagem de superávit está sendo nociva à economia nacional, aos brasileiros e brasileiras que desejam ver o governo cumprindo com suas promessas. Não é possível que importantes projetos constantes do Plano Piloto de Investimentos — PPI não sejam executados e apenas figurem no papel, sejam folha-morta. Isso é inadmissível.
(da redação com informações do Informativo do PFL)