Fio da navalha
Na semana passada destacou-se poraqui que a votação da proposta que recriação da Sudene corria o risco de ser bombada pela votação da reforma tributária. Esse é um assunto que há tempos abordamos com alguma profundidade.
Esta semana se inicia com a certeza de que o Governo pretende usar a reforma tributária, que deverá ir a plenário nesta sétima, também, para negociar com senadores e governadores.
Os interesses de alguns senadores não fecham com o dos governadores. Muitos governadores não têm nada contra se manter o mínimo como deseja o Governo, como foi aprovado na Câmara. No Nordeste, se sabe que governadores de estados como Maranhão, Piauí, Alagoas, só para ficar entre os menos desenvolvidos, acham que o mínimo deve ficar onde está. No Piauí, o senador Heráclito Fortes(PFL) é pressionado pela associação dos prefeitos a não alterar a coisa. A mesma coisa com Mão Santa(PMDB). No Maranhão, a decisão do senador João Alberto(PMDB) de ser contra a proposta governista ainda não foi bem entendida. O senador Lobão(PFL) tem contra alguma boa vontade de votar com o Governo o problema de seu partido, o mesmo de Fortes, ter fechado contra a tese governista ? eles querem R$ 275,00. Em Alagoas, a senadora Heloísa Helena(Psol) e o senador Teotônio Vilela Filho(PSDB) não querem nem ouvir falar em salário de 260.
Por outro lado, os governadores não querem saber de perder os recursos do Fundo Regional e não querem que passe a valer, logo em janeiro de 2.005, a desoneração do ICMS na cesta básica. O pessoal da Sudene, incluindo o relator, o ministro Ciro Gomes e o Governo estão temendo que a votação da recriação seja contaminada por essa situação. O que se observa é a divisão dos interesses do Governo Por uma lado se quer isso e por outro se deseja aquilo.
Já se tinha dito, por governistas, que não dava para trabalhar com tantas prioridades ao mesmo tempo. Era andar no fio da navalha, sempre e desnecessariamente.
A experiência está apontando que a navalha anda afiada.
Bom dia, cegos e afiados.
PONTUANDO
A Comissão de Meio Ambiente, da Câmara, vai realizar nessa terça audiência pública para discutir o impacto ambiental que a construção de um pólo siderúrgico poderia impor a certas área próximas a São Luís. Há briga política nesta questão.
A CPI do Extermínio passa dois dias, ontem e hoje, em João Pessoa, na Paraíba. O pessoal da Paraíba anda preocupado com más notícias, especialmente os tucanos. Na semana passada jornalístico da Globo apontou que a educação em Campina e João Pessoa era um droga.
Já virou papo sem graça dizer, em João Pessoa, que se mata na Paraíba e se joga o corpo em Pernambuco. Em Recife é a mesma coisa, Seu!
Todo mundo quer saber como vai se comportar Sarney nesse episódio do salário mínimo! Os seus adversários no Maranhão estão gostando mais dessa sinuca dos o de Brasília.
Sarney, em tese, gostaria da derrota do Governo pois seria a derrota de Aldo Rebelo que bate uma bola, um bolão, daquelas com Renan Calheiros(PMDB-AL). O retorno de José Dirceu ao comando da articulação política seria melhor para Sarney. O problema é que Lula não anda nem aí com essa disputa.
Nota de Rodapé A semana vai ser intensa. Sempre alertas.:
por Genésio Araújo Junior
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