31 de julho de 2025

Biotecnologia e o Nordeste.

Embrapa desenvolve bactéria que melhora produção de feijão no semi-árido nordestino.

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 ( Brasília-DF,19/07/2004) A nova descoberta da Embrapa para o feijão vai ser um grande argumento para mobilizar os senadores nordestinos em meio a expectativa que se cria para a votação da Lei de Biotecnologia, no segundo semestre, durante os esforços de votações previstos para agosto ou setembro.   Após quatro anos de pesquisas de campo, a unidade Agrobiologia da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, obteve uma licença provisória para comercializar uma bactéria altamente resistente a temperaturas elevadas e a deficiência de água (BR-3267), que poderá aumentar em cerca de 50% a produtividade do feijão caupi no Semi-Árido do Nordeste.

 

 

 

 

      Com a liberação, as indústrias de sementes podem iniciar o processo de requisição comercial da bactéria, que dispensa a utilização de qualquer adubo químico, com a Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro), instituição curadora e fornecedora oficial das estirpes para a indústria.

 

 

 

 

      Para chegar a esta tecnologia, a Embrapa realizou experimentos com cerca de 600 diferentes tipos de bactérias durante dez anos. Conhecidas como rizóbio, esses microorganismos têm a habilidade de operar uma espécie de fertilização natural das plantas. Dentro do solo e fixadas às raízes, captam o nitrogênio do ar e o fornecem à planta. A pesquisa, que também envolveu a Embrapa Semi-Árido, buscou um inoculante, recurso tecnológico no qual essa bactéria é injetada em solo orgânico esterilizado, que fosse capaz de potencializar esta característica da bactéria.

 

 

 

 

      Nos testes de campo, os pesquisadores da Embrapa constataram que, no último ano, alguns produtores decidiram dobrar a área plantada, o que serviu como indicador de que a bactéria foi aprovada. Segundo o pesquisador Gustavo Xavier, serão feitos testes por pelo menos mais dois anos com o objetivo de verificar a eficiência agronômica em áreas distintas. “Como é uma licença temporária, será necessário continuar as pesquisas para fazer a recomendação definitiva da bactéria em dois anos”, diz.

 

 

 

 

( da redação com informações do Ministério da Agricultura)