COP30: Novo rascunho da COP30 exclui menção a combustíveis fósseis
A ideia original da presidência brasileira da cúpula era angariar apoio para a criação de um grupo de trabalho que conduzisse um cronograma global de transição energética, como apontava o rascunho anterior
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Com agências
(Brasília-DF, 21/11/2025) Na manhã desta sexta-feira, 21, último dia oficial do evento novo rascunho de um acordo referente a COP30 destaca que um dos pontos mais discutidos deve ficar de fora das resoluções finais da cúpula climática. Esse rascunho não faz qualqur menção a combustíveis fósseis.
No rascunho anterior, havia a proposta de desenvolver um plano global para abandonar o uso de petróleo, carvão mineral e gás natural, principais fontes do aquecimento global – promessa feita na COP28, há dois anos. Neste ano, a proposta foi defendida como ponto inegociável por alguns participantes .
Na quinta-feira, cerca de 30 países escreveram à presidência da COP30 alertando que não poderiam aceitar um acordo final que não incluísse um plano para abandonar os combustíveis fósseis, incluindo Colômbia, Alemanha, Quênia e países insulares.
O comissário europeu para o clima, Wopke Hoekstra, disse em comunicado que estava "decepcionado" com o texto mais recente, conforme relatou à AFP.
"Isso está muito longe da ambição que precisamos em termos de mitigação. Estamos decepcionados com o texto atualmente em discussão", afirmou.
Impasse
A ideia original da presidência brasileira da cúpula era angariar apoio para a criação de um grupo de trabalho que conduzisse um cronograma global de transição energética, como apontava o rascunho anterior.
A proposta, contudo, foi contestada por um grupo de nações, essencialmente produtoras de petróleo, como Arábia Saudita. Como é necessário um consenso entre as quase 200 nações nas negociações climáticas para chegar a um acordo, esse ponto acabou perdendo força, para que outros tópicos, como o financiamento para a adaptação climática, ganhassem força.
As divisões permanecem não apenas em torno dos combustíveis fósseis, mas também em relação a medidas comerciais e financiamento para que os países mais pobres se adaptem às mudanças climáticas e avancem para um futuro de baixo carbono.
O rascunho mais recente pede esforços globais para triplicar o financiamento disponível para ajudar as nações a se adaptarem às mudanças climáticas até 2030, em relação aos níveis de 2025.
No entanto, não especificou se esse dinheiro seria fornecido diretamente por governos ricos ou por outras fontes, incluindo bancos de desenvolvimento ou o setor privado.
Isso pode decepcionar as nações mais pobres que querem garantias mais fortes de que o dinheiro público será gasto nessa área.
( da redação com DW, AFP. Edição: Politica Real)