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  • Contato Brasil, 22 de novembro de 2024 15:18:46
Jorge Henrique Cartaxo
  • 30/01/2020 11h17

    Mais do mesmo

    Apenas para lembrar, no Brasil 1% da população concentram 28,3% da renda total do País

    Frei Vicente do Salvador ( imagem do arquivo do colunista)

    “Nenhum homem nesta terra é repúblico, nem zela, ou trata  do bem comum, senão cada um do bem particular”.  A frase do Frei Vicente do Salvador ( 1564-1636 ) defini bem o que tem sido o brasileiro ao longo desses cinco séculos.

    Não por acaso estamos há mais de quatro décadas patinando na mediocridade, na degradação e na decomposição continuada da Nação. Mesmo sendo uma das maiores economias do mundo, nossos indicadores sociais são ofensivos e nada nos assegura que vão mudar. E, mantido os padrões e rumos que estamos tomando, ficaremos, mais uma vez, fora da grande mudança na economia que se desenha na Europa, nos Estados Unidos e na China.

    Apenas para lembrar, no Brasil 1% da população concentram 28,3% da renda total do País. Esse nível de concentração de riqueza só existe no Catar, onde a taxa é de 29%. Em terceiro lugar vem o Chile com 23,7% da sua renda total entre os 1% dos mais ricos. Esse mesmo Chile que quase implodiu no final de 2019 no rastro de uma estrondosa revolta popular.

    O projeto macroeconômico conduzido pelo ministro Paulo Guedes, pode até apresentar índices tímidos de crescimento no País e uma tênue recuperação do emprego. Mas nada que signifique um real resgate na qualidade de vida e nas perspectivas das famílias brasileiras. Ao contrário, passaremos a viver numa crescente precarização do trabalho com salários achatados e contratos intermitentes.

    Os publicitas neoliberais do Paulo Guedes, divulgam com regularidade as maravilhas e possibilidades do “empreendedorismo” e a excitante vida profissional do futuro: a permanente reinvenção profissional do cidadão do amanhã que se inaugura. Sem estabilidade ou metier definidos, seremos um tempo marceneiro e outro mecânico, depois pedreiro, eventualmente médico, engenheiro ou advogado, venderemos frutas da estação, cuidaremos dos mais velhos e enfermos.

    Só um cínico pode imaginar que alguém pode viver assim. O tal do empreendedorismo é uma falácia sem tamanho. Existem as vocações, os talentos e as aptidões. Saber fazer, não quer dizer, necessariamente, saber comercializar e vender. E mais: ninguém será eficiente em várias coisas e menos ainda terá alegria e conforto em realizar todas as coisas.

    De um modo geral, no mundo ocidental, a classe média vem perdendo qualidade de vida e poder de compra. Mas, há sinais de que na Europa, EUA e China haverá uma consolidação e um equilíbrio para as classes médias. Mas isso não quer dizer que o mesmo acontecerá no Brasil e na América Latina. Pelo contrário, nosso empobrecimento pode ser maior e duradouro!

                                                              


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