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Genésio Jr.
  • 13/06/2021 12h57

    De mãos dadas com o passado, mas querendo o futuro!

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    Passado, futuro e presente( Foto: Blogs TNH1)

    (Brasília-DF) As pessoas adoram encontrar soluções para tudo. Por outro lado querem que elas sejam fáceis. Desde as mais frugais às mais complexas, mas que tudo seja fácil de encontrar. O problema de nossa vida pós-moderna é que pensar dá um trabalho danado!

    É o ou não é mais fácil sentar numa mesa de quatro pernas seguras, que lhe deixa firme? É o não é mais fácil chegar numa casa onde existe uma mãe, um pai, dois filhos e um cachorro? É ou não é mais fácil que seu filho ou filha que estudou a vida toda em colégio particular entre numa universidade pública, porque você pagou mais impostos ou tal e qual?

    Nesse sábado, 12 de junho, o nosso presidente Jair Bolsonaro reuniu em torno de 12 mil motociclistas, andou pelas estradas da capital paulista, foi até Jundiaí, voltou  e fez discurso, não usava máscaras, se comparou com Cristo, crucificou quem pôde, defendeu cloroquina. Antes, ele já tinha ridiculizado as máscaras como proteção no enfrentamento da pandemia e duvidou das vacinas. Ele diz tudo isso e ainda fala que é patriota. Ele age contra tudo o que é razoável, congrega milhares em torno de si.

    Você aí que gosta de explicações fáceis talvez não goste, mas tudo indica, e já teve gente boa escrevendo sobre as banalizações que fazemos de coisas sérias sem nos darmos conta, que Bolsonaro, mesmo com sua fama de tosco, faz a leitura sofisticada de que as pessoas que gostam daquilo que falamos no início mais necessitam. Respostas fáceis para os nossos graves problemas pós-modernos.

    Nós, em meio a tantas crises, embalados pelo tradicional que nos dá segurança, agora chamado de neo-conservadorismo, queremos que as coisas estejam nas caixinhas que nos acostumamos a mexer e organizar.  São por esses e outros motivos, tendo o combustível de um tal liberalismo, que imaginamos que temos liberdade para montarmos uma fórmula de felicidade que não existe mais. Esse novo mundo que vivemos não tem mais caixinhas, infelizmente, tenho que lhe dizer.

    Nós jornalistas, somos há muito vistos como aves de mau-agouro que revelam coisas que são feias, fétidas, intragáveis. Antes, se tolerava isso para enfrentar, em compensação, um Estado injusto e cruel. Depois das conquistas, passamos a ser responsáveis por tentar garantir regras de um jogo que não era mais justo. A democracia com suas regras que permitem sempre que existam muito mais coisas que as caixinhas que nos confortavam deixou, tomada pelos corruptos de toda ordem e os donos do conhecimento-capital, de reduzir as desigualdades e entregar o que prometia.

    Bolsonaro diferente do tosco que pintam, se aproveita desse conjunto de dificuldades. Usa de seu populismo militaresmo, que subverte os fundadores da República, para dar conforto às pessoas que preferem respostas fáceis, seus apoiadores fiéis, fiquem com eles aprisionados para garantir que em 2022 tenha garantida uma vaga no segundo turno da disputa eleitoral cada vez mais polarizada.

    Todas as pesquisas mostram que apesar da intensa rejeição que tanto o ex-presidente Luiz  Inácio Lula da Silva como o atual, Presidente Jair Bolsonaro – possuem, poucas pessoas das consultadas tem dito que não votariam em um ou noutro.

    Bolsonaro e Lula podem até negar, mas vão levar até as últimas consequências essa polarização e mais adiante trabalharem para garantir um outro naco daqueles que os rejeitam. Bolsonaro cumpre sua tarefa com o que se vê, ao manter sua turma coladinha todos de mãos dadas, unidos muito mais pelo passado que não volta mais do que em nome de um futuro que está bem ali.

    Foi Genésio Araújo Jr, jornalista

    e-mail: [email protected]

     


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