Ataque a comunidade judaica na Austrália causa morte de ao em menos 11 pessoas; Anthony Albanese disse que se tratou de "um ato de antissemitismo maligno, terrorismo que atingiu o coração da nossa nação"
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Com agências.
(Brasília-DF, 14/12/2025). Nesse sábado 13 de dezembro, um ataque a tiros na praia de Bondi, em Sydney, na Austrália vitimou ao de morte ao menos onze pessoas (o número divulgado pela polícia local mais cedo falava em 12 mortes, mas foi atualizado).
Ao menos 29 outras pessoas ficaram feridas, incluindo dois policiais. Um dos atiradores morreu e um segundo suspeito está em estado crítico, segundo a polícia.
O premier Chris Minns (chefe de governo local) afirmou que o ataque foi "planejado para atingir a comunidade judaica de Sydney".
O que deveria ter sido uma "noite de paz e alegria" foi "despedaçado" por um "ataque horrível e maligno", disse ele.
O primeiro-ministro Anthony Albanese disse que se tratou de "um ato de antissemitismo maligno, terrorismo que atingiu o coração da nossa nação", acrescenta.
Albanese afirmou ainda que não há lugar para esse "ato vil de violência e ódio".
Imagens de vídeo parecem mostrar dois supostos atiradores, ambos vestidos de preto, disparando em direção à praia de Bondi a partir de uma ponte. Vários tiros podem ser ouvidos, com sirenes da polícia ao fundo.
O ataque aconteceu em uma área movimentada e lotada na parte norte da praia de Bondi.
Um homem foi filmado lutando com um dos agressores, tirando a arma que estava com ele e forçando-o a recuar. "Esse homem é um verdadeiro herói, e não tenho dúvidas de que muitas pessoas estão vivas esta noite graças à sua coragem", disse o premier Minns.
O comissário de polícia Mal Lanyon afirma que haverá uma "investigação significativa" liderada pela unidade antiterrorismo.
Uma testemunha que falou com a BBC descreveu ter corrido com seus filhos de um evento de Hanukkah, um festival judaico, que estava sendo realizado na praia quando o ataque começou.
Pelo menos 200 pessoas participaram do evento, que contou com música e diversas atividades.
O evento foi realizado em uma área gramada atrás da praia, perto de uma passarela que as pessoas podiam usar para atravessar até a praia — e que os atiradores aparentemente usaram como ponto de observação.
Havia uma barreira de metal instalada ao redor do evento, e as pessoas tinham que entrar e sair por um portão com o que parecia ser uma revista de bolsas, mas a segurança parecia mínima no geral.
Ataque mais mortal desde 1996
Este ataque tornou-se o ataque mais mortal neste país desde o ataque de Port Arthur.
Em 1996, 35 pessoas foram mortas e dezenas ficaram feridas quando um atirador solitário abriu fogo em um local histórico na Tasmânia.
Esse ataque foi um ponto de inflexão, levando o governo a introduzir algumas das medidas de controle de armas mais rígidas do mundo.
Houve um programa de recompra de armas e um aumento nas verificações dos proprietários, e os ataques diminuíram radicalmente.
Desde então, houve apenas alguns tiroteios em massa, a maioria deles atos de violência doméstica — não ataques em locais públicos como o de hoje.
'Comecei a correr para salvar minha vida', diz testemunha
Uma testemunha que estava arrumando seus pertences após um dia na praia de Bondi quando o tiroteio começou disse à BBC News que inicialmente pensou que os tiros fossem fogos de artifício.
"Nunca na minha vida imaginei que algo como um tiroteio pudesse acontecer em Bondi", diz Marcos Carvalho.
Ele acrescenta que, quando as pessoas na praia começaram a perceber o que estava acontecendo, "todos começaram a correr".
"Comecei a correr para salvar minha vida", diz, acrescentando que ele e algumas outras pessoas se esconderam atrás de uma van de sorvete.
Depois que os serviços de emergência chegaram e os tiros cessaram, Carvalho diz que tentou encontrar um caminho para casa, mas passou pela área onde o incidente havia ocorrido e viu "corpos caídos no chão".
( da redação com informações de BBC e agências. Edição: Política Real)