31 de julho de 2025
CÂMARA EM CRISE

Hugo Motta, em discurso lido no plenário, após cobrado, disse que “quem tentou humilhar o Legislativo, humilhou a si mesmo”

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Por Política Real com assessoria
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Hugo Motta fala em plenário Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

(Brasília-DF, 09/12/2025). O deputado Hugo Motta(Republicanos-PB), presidente da Câmara dos Deputados, logo após todo o fato em que o deputado Glauber Braga( Psol-RJ) foi retirado à força da Mesa Diretora da Câmara, houve violência contra deputados e jornalistas e suspenso o sinal da Câmara dos Deputados, ele foi as redes sociais falar do assunto. A Política Real publicou. No entanto deputados de direita e de esqueda pediu um pronunciamento no plenário da Câmara dos Deputados.

Motta disse, em discurso lido, que a ocupação da cadeira da Presidência da Casa no Plenário pelo deputado Glauber Braga (Psol-RJ) foi um desrespeito à instituição e ao Legislativo.

"A cadeira da Presidência não pertence a mim. Ela pertence à República. Pertence à democracia. Pertence ao povo brasileiro. E nenhum parlamentar está autorizado a transformá-la em instrumento de intimidação, espetáculo ou desordem. Deputado pode muito, mas não pode tudo. Na democracia, ele pode tudo dentro da lei e dentro do Regimento. Fora disso, não é liberdade: é abuso", disse.

Segundo Motta, há um equívoco grave na postura de quem acredita que democracia só existe quando o resultado lhe agrada.

"Quem se diz defensor da democracia, mas agride o funcionamento das instituições, vive da mesma lógica dos extremistas que tanto critica. O extremismo não tem lado porque, para o extremista, só existe um lado: o seu", disse.

Desrespeito

"Hoje, infelizmente, vimos um episódio que nunca deveria ocorrer no Parlamento brasileiro. Quando o deputado Glauber Braga ocupa a cadeira da Presidência da Câmara para impedir o andamento dos trabalhos, ele não desrespeita o presidente em exercício. Ele desrespeita a própria Câmara dos Deputados. Ele desrespeita o Poder Legislativo. E o faz, inclusive, de forma reincidente, após já ter ocupado uma comissão por mais de uma semana em um ato extremo que não encontra amparo no regimento, nem na liturgia do cargo", disse Hugo Motta, durante a sessão deliberativa.

Ele afirmou que o presidente é responsável por garantir o rito, a ordem e o respeito à instituição e não permitirá que "regras sejam rasgadas ou que a Câmara seja aviltada".

"Quem só enxerga o próprio lado nega o outro, nega o debate, nega o pluralismo e acaba negando a própria democracia. A Câmara não se curvará a esse tipo de conduta. Nem hoje nem nunca. A minha obrigação, como presidente desta Casa, é proteger o Parlamento", disse.

Motta afirmou que seguiu rigorosamente os protocolos de segurança e o Regimento Interno. "O Ato da Mesa nº 145, em seu artigo 7º, é claro: o ingresso, a circulação e a permanência nos edifícios e locais sob responsabilidade da Câmara dos Deputados estarão sujeitos à interrupção ou à suspensão por questão de segurança", disse. Ele disse que determinou também a apuração de todo e qualquer excesso cometido contra a cobertura da imprensa.

"A minha obrigação é proteger a democracia do grito que cala, do gesto autoritário disfarçado de protesto, da intimidação travestida de ato político. E é isso que continuarei a fazer: garantir que divergências se expressem com voz, não com vandalismo institucional; com argumento, não com agressão simbólica; com voto, não com invasão da Mesa", disse Motta.

Segundo ele, quem tentou humilhar o Legislativo, humilhou a si mesmo. "Quem tentou fechar portas ao diálogo escancarou a própria intolerância. E quem tentou afrontar a Câmara encontrou uma instituição firme, serena e inegociável. O extremismo testa a democracia todos os dias. E todos os dias a democracia precisa ser defendida. É isso que estou fazendo. É isso que continuarei a fazer. Porque nenhum deputado é maior do que esta Casa. Mas esta Casa é maior do que qualquer extremismo", concluiu.

Veja a íntegra da fala:

“Hoje, infelizmente, vimos um episódio que nunca deveria ocorrer no Parlamento brasileiro. Quando o Deputado Glauber Braga ocupa a cadeira da Presidência da Câmara, para impedir o andamento dos trabalhos, ele não desrespeita o Presidente em exercício; ele desrespeita a própria Câmara dos Deputados; ele desrespeita o Poder Legislativo — e o faz, inclusive, de forma reincidente, após já ter ocupado uma Comissão por mais de uma semana em um ato extremo, que não encontra amparo no Regimento, muito menos na liturgia do cargo.

A cadeira da Presidência não pertence a mim, ela pertence à República, pertence à democracia, pertence ao povo brasileiro. E nenhum Parlamentar está autorizado a transformá-la em instrumento de intimidação, espetáculo ou desordem.

Deputado pode muito, mas não pode tudo. Na democracia, ele pode tudo dentro da lei e do Regimento. Fora disso, não é liberdade, é abuso.

O Presidente da Câmara não é responsável pelos atos que levaram determinadas cassações ao Plenário, mas é, sim, responsável por garantir o rito, a ordem e o respeito à instituição. Eu não permitirei que regras sejam rasgadas ou que a Câmara seja aviltada.

Há um equívoco grave na postura de quem acredita que democracia só existe quando o resultado o agrada. Quem se diz defensor da democracia e agride o funcionamento das instituições vive da mesma lógica dos extremistas, que tanto criticam. O extremismo não tem lado, porque para o extremista só existe um lado, o seu próprio. Quem só enxerga o próprio lado nega o outro, nega o debate, nega o pluralismo e acaba negando a própria democracia.

A Câmara não se curvará a esse tipo de conduta, nem hoje, nem nunca. A minha obrigação como Presidente desta Casa é proteger o Parlamento. Foi isso que fiz ao seguir rigorosamente os protocolos de segurança e o Regimento Interno. O Ato da Mesa nº 145, em seu art. 7º, é claro: o ingresso, a circulação e a permanência nos edifícios e locais sob responsabilidade da Câmara dos Deputados estarão sujeitos à interrupção ou à suspensão por questão de segurança.

Determinei, ainda, a apuração de todo e qualquer excesso cometido contra a cobertura da imprensa. A minha obrigação é proteger a democracia do grito que cala, do gesto autoritário disfarçado de protesto, da intimidação travestida de ato político. É isto que continuarei a fazer: garantir que divergências se expressem com voz, não com vandalismo institucional, com argumento, não com agressão simbólica, com voto, não com invasão da Mesa.

Hoje ficou claro que quem tentou humilhar o Legislativo humilhou a si mesmo. Quem tentou fechar portas ao diálogo escancarou a própria intolerância. Quem tentou afrontar a Câmara encontrou uma instituição firme, serena e inegociável. O extremismo testa a democracia todos os dias, e todos os dias a democracia precisa ser defendida.

É isso que estou fazendo e é isso que continuarei a fazer, porque nenhum Deputado é maior do que esta Casa, mas esta Casa é maior do que qualquer extremismo.

Muito obrigado.

( da redação com informações de assessoria. Edição: Política Real)