Até o ridículo serve para algo na política!
Muita gente achou um exagero imaginar que o ardil era um fato que não existia. Bobagem pouca é bobagem quando se trata dos interesses do bolsonarismo.
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(Brasília-DF) Nenhuma democracia deve estar feliz em ver um ex-presidente da República preso, mesmo que demonstre que ela está funcionando com seus acertos e erros.
Os envolvidos de forma apaixonada na brigalhada política podem até achar bonito o que se viu logo no início do dia desse marcante 22 de novembro de 2025, quando entramos em sagitário e o solstício de inverno no hemisfério norte está logo ali, em 21 de dezembro. É tudo muito impactante.
As primeiras informações eram de que o ex-presidente Jair Bolsonaro tinha sido preso por conta de uma possibilidade de fuga e porque seu filho, senador Flávio Bolsonaro, tinha convocado uma vigília à porta do condomínio do pai que seria uma boa oportunidade para o ex-presidente correr para alguma embaixada que fica a menos de 15 minutos de carro da tal morada.
Muita gente achou um exagero imaginar que o ardil era um fato que não existia. Bobagem pouca é bobagem quando se trata dos interesses do bolsonarismo.
Depois de um bando de gente achar um exagero, eis que a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seap), controlada por um governo simpático ao bolsonarismo, revela que o ex-presidente tinha tentado usar um ferro de solda para avariar a “case” que controla tornozeleira que usava.
Todo mundo sabe que as polícias logo identificam rompimento de tornozeleira, mas não se comenta sobre avarias às tornozeleiras. Estamos no direito de avaliar, até dito pelo próprio, que ele parecia testar possibilidades antes de um momento decisivo que não se sabe quando viria. É natural e justo que se imaginaria que isso pudesse vir durante o tempo em que alguma multidão se instalasse à porta do condomínio do ex-presidente.
Com isso tudo, não se pode acusar o xerifão do STF, Alexandre de Moraes, de injusto, me desculpa!
Se pode dizer tudo ou a favor ou contra o bolsonarismo, as paixões de parte a parte são notórias, mas não se pode negar a incompetência.
Foram incompetentes durante a pandemia, foram incompetentes ao montar um consórcio com o Centrão para ficar no poder, foram incompetentes na derrama de dinheiro público para garantir uma reeleição que seria natural, foram incompetentes na formulação de uma clara tentativa de golpe de Estado, foram incompetentes, pós-tentativa na busca de uma intervenção estrangeira para evitar o julgamento no STF.
A sociedade, boa parte dela, queria se livrar do PT, não só pela antipatia a essa turma mas porque muito tempo de poder desgasta até as coisas boas, mas eles, tremendamente incompetentes, nessa missão frustraram milhões. Eita povo ruim de serviço!
Essa direita, extremada, que não é nobre, mas popular soube usar do medo e do cansaço para ganhar maioria com o ódio e o ressentimento. Parece agora, que não foi competência para tal, mas obra da conjunção que lhe proporcionou o momento.
A turma que não era raivosa, mas que estava cansada está de frente com tanta incompetência. Essa turma que não pense que está livre para voar. A situação poderá dar combustível nesses dias que antecedem o final do ano para que se arregimente uma última tentativa dos extremados para colher frutos, que parecem “bichados”.
O Lula 3 tem problemas pela frente para resolver e em meio ao desespero e o vexame ainda é possível a essa gente se aproveitar do Centrão, magoado para conseguir alguma coisa.
Não duvide, na política, até o ridículo pode virar moeda de troca!
Por Genésio Araújo Jr, jornalista
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