31 de julho de 2025
COP30

COP30: André Correia do Lago, ao final da COP30, disse que não houve consenso pela busca da eliminação dos combustíveis fósseis, mas a busca vai continuar

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Por Política Real com assessoria
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Correio do Lago final COP30 Foto de Ueslei Marcelino/COP30

(Brasília-DF, 22/11/2025) No final do dia deste sábado, 22, a Presidência brasileira da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) terminou os trabalhos. 

Em entrevista coletiva após o fim das negociações, o embaixador André Corrêa do Lago, a secretária-executiva do Ministério do Meio Ambiente, Ana Toni, a negociadora-chefe Liliam Chagas e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, detalharam os resultados.

O embaixador Corrêa do Lago lembrou que a conferência começou com forte pressão negociadora e autonomia ampliada aos codiretores. Ele lembrou que o pacote de adaptação, um dos mais complexos da COP, iniciou com mais de 100 indicadores, mas foi concluído com 59.

“Havia consenso para apenas 10% desses indicadores. Reorganizamos as métricas e vamos continuar as discussões em junho, em Bonn (na Conferência Climática, que acontece na Alemanha)”, afirmou.

No debate energético, Corrêa do Lago disse que havia “duas maneiras de levar adiante” o mapa do caminho para eliminar combustíveis fósseis, tema sensível desde Dubai.

“Como diplomata, eu via uma versão mais conservadora. Mas o discurso do presidente Lula colocou o tema no centro e abriu espaço para torná-lo uma agenda estruturante.”

Segundo ele, mesmo sem consenso, a presidência brasileira vai continuar debatendo o tema e reunindo pesquisas e ações capazes de indicar o caminho para os países se afastarem dos combustíveis fósseis.

Consensos

A secretária-executiva Ana Toni reforçou que a COP30 conseguiu “consensos em um tema tão difícil” e avançou para uma agenda de implementação concreta, sem que nenhum país desistisse da agenda que envolve o Acordo de Paris.

A economista destacou a apresentação de 120 planos de aceleração em combustíveis comerciais, carbono e indústria verde, além dos 29 documentos aprovados.

“Pequenos e grandes passos foram dados em tempos geopolíticos difíceis. Não demos todos os passos que queríamos, mas demos passos firmes.”

Para Toni, um dos principais legados foi colocar a adaptação “em outro patamar, acima de qualquer outra COP”, incluindo o esforço para triplicar o financiamento internacional até 2035.

Ela ressaltou também a inclusão inédita de mulheres e meninas afrodescendentes na agenda climática e o fortalecimento da agenda oceânica.

( da redação com informações de assessoria. Edição: Política Real)