Entre a estupidez e a fortuna!
Luiz Inácio Lula da Silva disse em Jacarta, na Indonésia, o país insular mais populoso do planeta, muito provavelmente a mais estúpida declaração de sua vida pública
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(Brasília-DF) Quando se for um dia escrever sobre o terceiro mandato do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva ,e sobre a política brasileira, na segunda década do Século 21 vai ter que se fazer muitos parágrafos, talvez um capítulo, sobre essa campanha no Sudeste Asiático.
Nada é por acaso. A Ásia se tornou a cara do novo no Século 21, mesmo que o Ocidente continue a ser protagonista ao final deste século, ou como sobrevivente ou como redentor.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse em Jacarta, na Indonésia, o país insular mais populoso do planeta, muito provavelmente a mais estúpida declaração de sua vida pública. “Traficantes também são vítimas dos usuários”.
Por mais que os atentos saibam que o atual governo vem fazendo uma intensa ação contra o crime organizado, o maior número de operações policiais da história, rccorde de apreensões de drogas, armas, bens, dinheiro e propriedade a ponto de levar a PF a região mais poderosa do setor financeiro, a Faria Lima, o que sai da boca não volta.
As palavras de Lula foram estúpidas e ele vai ter que lutar muito, pedir perdão de joelhos, para conseguir se safar dessa estultice.
Por outro lado, Lula depois de ser tratado por bandido pelo Estados Unidos, e sua cúpula, foi recebido em território neutro, a já histórica Kuala Lampur, oportunidade em que ouviu o presidente Donald Trump afirmar que admira sua vida pública e que os Estados Unidos reconhecem o erro das tarifas, pois o Brasil concede superávit econômico aquele país.
Lula, de fato, tem uma histórica pública inédita na vida moderna e contemporânea dos personagens mundiais. Ele sofre com o desgaste de quem já foi muito muitas vezes e a polarização que existe hoje no mundo face a crise da democracia, do capitalismo e das instituições. Lula é a cara do sistema que um dia disse combater. Paga a conta que tem que pagar.
Essa passagem pelo Sudeste Asiático em que pela primeira vez um presidente do Brasil participa, num momento em que o Brasil tenta escapar da dependência da China e dos Estados Unidos, é sintomática e fenomenal.
Um mercado de muito milhões de pessoas na região do Mundo que mais cresce no enfrentamento da pobreza, com o surgimento de uma classe média como há muito não se via no planeta.
A literatura já nos contou o mito de Shangri-Lá, que trata da lenda de um vale utópico e místico no Himalaia, criado pelo escritor britânico James Hilton em seu romance de 1933, “Horizonte Perdido”.
O Sudeste Asiático não é no Himalaia, as pessoas ainda não vivem felizes, nem todo mundo morre depois das centenas de anos, mas Lula parece ter encontrado, na idiotice e na fortuna, um caminho para trilhar, uma Shangri-lá política.
Lula vai trazer na mala a sua maior estupidez e a sua maior fortuna. Cabe a ele conseguir que a fortuna supere a estupidez!
Por Genésio Araújo Jr, jornalista.
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