Deputados pedem ação para libertar brasileiros retidos por Israel ao participar de flotilha humanitária; Hugo Motta já tinha feito cobrança e Itamaraty fala em prisão ilegal de deputada Luizianne Lins
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Com agências
(Brasília-DF, 02/10/2025). Nesta quinta-feira, 02, deputados do PT e de outros partidos se reuniram com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, para discutir a prisão da deputada Luizianne Lins (PT-CE) e de outros ativistas brasileiros em Israel. Eles participavam de uma flotilha de embarcações que levava ajuda humanitária à Faixa de Gaza.
Os deputados consideram a prisão dos ativistas ilegal porque a flotilha foi abordada pela Marinha de Israel em águas internacionais. Eles pediram a interrupção das relações comerciais com Israel. "A deputada Luizianne está em missão oficial, portanto representa o Parlamento brasileiro. A nossa preocupação é que eles sejam trazidos de volta em segurança, sem violência, sem agressão", declarou a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ).
O líder do PT, deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), anunciou que o serviço consular brasileiro deve visitar os presos nesta sexta-feira (3). "Isso para nós já tem uma importância. O governo brasileiro falar com cada um dos brasileiros, ver como está a saúde, e rapidamente providenciar um desfecho para tudo isso. Claro que eles não conseguiram entregar os alimentos. Todo o objetivo da ajuda humanitária era esse, mas o objetivo também era chamar atenção."
Presidente da Câmara
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), já havia solicitado anteriormente ao ministro Mauro Vieira o apoio do Itamaraty aos brasileiros detidos.
No final do dia, o Itamaraty divulgou nota condenando ação de Israel contra Flotilha Global Sumud e falou em detenção “ilegal”de brasileiros, incluindo a deputada federal Luizianne Lins( PT-CE)
Veja:
Nota do Itamaraty
Interceptação de embarcações da “Flotilha Global Sumud” por Israel e detenção arbitrária de cidadãos brasileiros
O governo brasileiro condena, nos mais fortes termos, a interceptação ilegal e a detenção arbitrária, por Israel, na última madrugada, em águas internacionais, das embarcações que integram a “Flotilha Global Sumud”, assim como a detenção ilegal de ativistas pacíficos, dentre os quais quinze nacionais brasileiros, incluindo a Deputada Federal Luizianne Lins. O Brasil exorta o governo israelense a liberar imediatamente os cidadãos brasileiros e demais defensores de direitos humanos detidos.
O Ministério das Relações Exteriores de Israel, por meio da Embaixada do Brasil em Tel Aviv e da Embaixada de Israel em Brasília, foi formalmente notificado da inconformidade do Brasil com as ações do governo de Israel.
Tendo em vista o caráter pacífico da flotilha e seu objetivo de realizar entrega de ajuda humanitária à Faixa de Gaza, sua interceptação por forças israelenses constitui grave violação ao direito internacional, incluindo o direito marítimo internacional, em particular a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM), que consagra a liberdade de navegação.
Operações de caráter estritamente humanitário devem ser autorizadas e facilitadas por todas as partes em conflito, não podendo ser arbitrariamente obstadas ou consideradas ilícitas. O Brasil conclama a comunidade internacional a exigir de Israel a cessação do bloqueio à Gaza, por constituir grave violação ao direito internacional humanitário.
Recorda, ademais, as obrigações legais de Israel sob a Convenção de Viena sobre Relações Consulares (1963) e exige a facilitação de visitas por parte das autoridades consulares da Embaixada do Brasil em Tel Aviv a todos os ativistas brasileiros detidos ilegalmente.
O Brasil expressa sua posição de que Israel deverá ser responsabilizado por quaisquer atos ilegais e violentos cometidos contra a Flotilha e contra os ativistas pacíficos que dela participam e deverá assegurar sua segurança, o bem-estar e integridade física enquanto permanecerem sob a custódia de autoridades israelenses.
( da redação com informações de assessorias e agências. Edição: Política Real)