31 de julho de 2025
CRIME ORGANIZADO

Governo Federal, face ao caso da intoxicação pelo metanol, reage; Lewandowski fala que casos podem ir além de SP, Padilha diz que Saúde vai orientar notificação imediata e Andrei da PF fala em inquérito que vai mirar crime organizado

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Por Politica Real com agências
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ricardo Lewandowski fala sob olhar de Alexandre Padilha na sede do MJSP Foto: flick do MJSP

(Brasília-DF, 30/09/2025). O Governo Federal realizou uma coletiva no Ministério da Justiça e Segurança Pública no final da manhã desta terça-feira, 30, para anunciar “reação” sobre os casos suspeitos de intoxicação por metanol que assustaram país a partir dessa segunda-feira, 29 de setembro. Muito focado em São Paulo. Participaram da coletiva o ministro Ricardo Lewandowski, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e o diretor geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues.

“Tudo indica que há uma distribuição para além do estado de São Paulo”, disse o ministro Lewandowski sobre contaminação de bebidas por metanol. Governo determinou que PF abra inquérito sobre o caso.

"Nossa secretaria de defesa do consumidor emitiu uma nota técnica para todos os estabelecimentos que vendiam bebidas alcoólicas para que tomassem os cuidados necessários", disse Lewandowski

"Temos aqui no ministério o nosso sistema de alerta rápido, criado em fevereiro deste ano que busca detectar, em todo o país, novas drogas", disse mais, o ministro.

Saúde

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse ter determinado a notificação imediata de novos casos suspeitos de intoxicação por metanol.

Desde o início de setembro, dez casos foram confirmados, incluindo três óbitos – todos no estado de São Paulo. As intoxicações foram reportadas após o consumo de bebidas contaminadas pelo produto, que é altamente tóxico para o ser humano.

“Essa notificação imediata é um canal direto com o que nós chamamos de Cievs [Centro Nacional de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde] em cada um dos estados. O ministério acompanha esse trabalho diariamente”, explicou.

“Para que a gente possa identificar mais rapidamente não só o que está acontecendo no estado de São Paulo, mas identificar isso em outros estados do país, algum tipo de crescimento e comportamento clínico e epidemiológico anormal que vai reforçar também as investigações da Polícia Federal e do Ministério da Justiça”

Padilha destacou que a notificação deve ser feita em qualquer caso de suspeita de intoxicação por metanol. “Não precisa aguardar o fechamento do diagnóstico para fazer a notificação”.

“Qualquer pessoa que procure um serviço de saúde relatando sinais e sintomas e que tem uma história de ingesta de bebida alcoólica, sobretudo de origem não conhecida. Não é uma coisa que ela comprou e abriu em casa, viu o lacre. Em geral, é em um ambiente comercial fora de casa, uma festa de outra pessoa, um ambiente de lazer. Já é um caso suspeito e já deve ser notificado.”

Números

De acordo com o ministro, em apenas um mês, foi registrada quase a metade dos casos de intoxicação por metanol contabilizados todos os anos. A série histórica da pasta indica cerca de 20 casos por ano notificados por profissionais de saúde via Sistema Único de Saúde (SUS).

“Quando a gente puxa para o mês de agosto, chegamos a 17 casos notificados de intoxicação suspeita por metanol. Em alguns, está sendo concluída a investigação. Se a gente pegar agosto e setembro, temos mais ou menos o que aconteceria no ano como um todo: 20 casos notificados. Além disso, concentrado em um estado da federação.”

“De fato, nós estamos com uma situação anormal, diferente de tudo o que a gente tem na nossa série histórica”, completou o ministro.

Justiça

O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, informou que já foi instaurado inquérito policial para investigar as circunstâncias envolvendo os casos de intoxicação por metanol identificados no estado de São Paulo. Segundo ele, a corporação investiga, inclusive, a ligação da adulteração de bebidas alcoólicas com o crime organizado.

“Dentre as razões, a questão da interestadualidade [há indícios de distribuição fora do estado de São Paulo] e a possível conexão com investigações recentes que fizemos, especialmente no estado do Paraná, com outras duas de São Paulo, em razão de toda a cadeia de combustível, onde parte disso passa pela importação de metanol pelo Porto de Paranaguá”, explicou.

O diretor da PF disse que a investigação dirá se há conexão com o crime organizado baseado em operações anteriores, e que o trabalho será integrado com a Polícia Civil de São Paulo.

“A gente vai buscar trabalhar de maneira integrada. São investigações que se complementam com investigações na parte administrativa, com investigação a cargo também da Polícia Civil de São Paulo”, disse.

(da redação com informações de assessoria e Ag. Brasil. Edição: Política Real)