INFLAÇÃO: IPCA de agosto apresenta deflação, -0,11% em agosto; confira o comentário de economista do IBGE
Veja os comparativos
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(Brasília-DF, 10/09/2025) Na manhã desta quarta-feira, 10, foi divulgada a esperada pesquisa do IPCA de agosto apontando deflação.
O IPCA ( Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo ) do mês de agosto foi de -0,11%, 0,37 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa de 0,26% de julho. No ano, o IPCA acumula alta de 3,15% e, nos últimos 12 meses, o índice ficou em 5,13%, abaixo dos 5,23% dos 12 meses imediatamente anteriores. Em agosto de 2024, a variação havia sido de -0,02%.
Em agosto, cinco dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados vieram com variação negativa, destacando-se os três de maior peso no índice: Habitação (-0,90%), Alimentação e bebidas (-0,46%) e Transportes (-0,27%). No lado das altas, as variações ficaram entre o 0,75% de Educação e o 0,40% de Despesas pessoais.
A queda registrada no grupo Habitação (-0,90%), menor resultado para um mês de agosto desde o Plano Real, veio da contribuição de -0,17 p.p. da energia elétrica residencial, que recuou 4,21% no mês, em decorrência da incorporação do Bônus de Itaipu, creditado nas faturas emitidas no mês de agosto. Ressalta-se que, em agosto, estava em vigor a bandeira tarifária vermelha patamar 2, que adiciona R$ 7,87 na conta e luz a cada 100 Kwh consumidos. Houve, também, a incorporação dos seguintes reajustes: 18,62% em São Luís (-5,90%) a partir de 28 de agosto; 15,32% em Vitória (7,02%) a partir de 07 de agosto; 4,25% em Belém (-2,34%) desde 07 de agosto e 13,97% em uma das concessionárias em São Paulo (-3,64%) vigente desde 04 de julho.
Ainda em Habitação, o subitem gás encanado (0,37%) considera o reajuste de 6,41% nas tarifas em Curitiba (6,20%), a partir de 1º de agosto e a redução média de 1,22% nas tarifas no Rio de Janeiro (-1,17%) vigente desde 1º de agosto. Já a taxa de água e esgoto (0,24%) contemplou os reajustes de 4,81% em Vitória (4,64%) a partir de 1º de agosto e de 4,97% em Salvador (2,76%) a partir de 18 de julho.
O grupo Alimentação e bebidas (-0,46%), de maior peso no índice, apresentou queda na média de preços pelo terceiro mês consecutivo (-0,18% em junho e -0,27 em julho). A queda de agosto foi influenciada pela alimentação no domicílio, que caiu 0,83%, após a redução de 0,69% em julho, com destaque para as quedas do tomate (-13,39%), da batata-inglesa (-8,59%), da cebola (-8,69%), do arroz (-2,61%) e do café moído (-2,17%).
A alimentação fora do domicílio registrou desaceleração na passagem de julho (0,87%) para agosto (0,50%). O subitem lanche saiu de 1,90% em julho para 0,83% em agosto, e a refeição foi de 0,44% em julho para 0,35% em agosto.
A variação no grupo Transportes (-0,27%) reflete a queda nas passagens aéreas (-2,44%) e nos combustíveis (-0,89%). Em agosto houve redução nos preços no gás veicular (-1,27%), na gasolina (-0,94%) e no etanol (-0,82%) enquanto o óleo diesel subiu 0,16%.
Registre-se, também, o reflexo da gratuidade concedida aos domingos e feriados no ônibus urbano (-0,14%) em Belém (-4,01%) e a incorporação dos seguintes reajustes no táxi (2,96%): 24,53% em Belém (14,73%), a partir de 12 de agosto e 12,37% em São Paulo (7,85%), a partir de 11 de agosto.
O grupo Educação variou 0,75% em agosto com a incorporação de reajustes nos cursos regulares (0,80%), principalmente por conta dos subitens ensino superior (1,26%) e ensino fundamental (0,65%). A alta dos cursos diversos (0,91%) foi influenciada pelos cursos de idiomas (1,87%).
No Vestuário (0,72%) destacam-se as altas na roupa masculina (0,93%) e nos calçados e acessórios (0,69%).
No grupo Saúde e cuidados pessoais (0,54%) destacam-se as altas nos itens de higiene pessoal (0,80%) e no plano de saúde (0,50%).
No grupo Despesas pessoais (0,40%) foram apropriados, além do reajuste nos jogos de azar (3,60%), vigente desde 9 de julho, a queda de 4,02% no subitem cinema, teatro e concerto em razão da semana do cinema.
Quanto aos índices regionais, Vitória apresentou a maior variação (0,23%) por conta da energia elétrica residencial (7,02%) e da taxa de água e esgoto (4,64%). A menor variação (-0,40%) foi registrada em Goiânia e Porto Alegre, influenciada pelas quedas na energia elétrica residencial (-7,77% e -6,68%) e na gasolina (-2,20% e -2,69%).
O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília. Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 31 de julho de 2025 a 29 de agosto de 2025 (referência) com os preços vigentes no período de 01 de julho de 2025 a 30 de julho de 2025 (base).
INPC tem queda de 0,21% em agosto
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) registrou queda de 0,21% em agosto. No ano, o acumulado é de 3,08% e, nos últimos 12 meses, de 5,05%, abaixo dos 5,13% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em agosto de 2024, a taxa foi de -0,14%.
Os produtos alimentícios passaram de -0,38% em julho para -0,54% em agosto. A variação dos não alimentícios passou de 0,41% em julho para -0,10% em agosto.
Quanto aos índices regionais, a maior variação (0,31%) ocorreu em Vitória por conta da energia elétrica residencial (7,11%) e da taxa de água e esgoto (4,64%). A menor variação ocorreu no Rio de Janeiro (-0,53%) em razão da queda na energia elétrica residencial (-6,08%) e no café moído (-4,93%).
( da redação com informações do IBGE. Edição: Política Real).