DESTAQUES DO DIA: Mercados globais em leve alta e no Brasil destaque para a divulgação do PIB do 2º trimestre
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(Brasília-DF, 01/09/2025) A Política Real teve acesso ao relatório “Moorning Call” da XP Investimentos apontando que os mercados globais estão em leve alta e no Brasil destaque para a divulgação do PIB do 2º trimestre.
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Nesta segunda-feira, os futuros nos EUA operam em leve alta (S&P 500: +0,1%; Nasdaq 100: +0,1%) após a realização de lucros que marcou a sexta-feira. O movimento ocorre em dia de feriado nos Estados Unidos (Labor Day), com as bolsas fechadas e menor liquidez nos mercados. O S&P 500 recuou -0,6% no último pregão, mas ainda acumulou o quarto mês consecutivo de alta (+2% em agosto). O Nasdaq perdeu 1,2%, enquanto a leitura do PCE de julho mostrou aceleração do núcleo da inflação para 2,9% A/A, em linha com o consenso, mas no maior nível desde fevereiro. Nvidia (-3%) esteve entre as principais quedas na sexta, com relatos de pressões adicionais vindas da concorrência chinesa em chips e do impacto das tarifas de Trump.
Na Europa, as bolsas iniciam o mês em alta (Stoxx 600: +0,2%), puxadas por defesa e saúde. BAE Systems (+3%) avança após o Reino Unido anunciar contrato recorde de GBP 10 bi com a Noruega para exportação de fragatas, enquanto Novo Nordisk (+3%) sobe após divulgar novos dados clínicos indicando que o Wegovy reduz risco cardiovascular em até 57% mais que rivais. Já o CAC 40 é pressionado (-0,6%) pelas incertezas políticas na França, em meio à proximidade do voto de confiança no governo Bayrou.
Na China, os mercados fecharam em alta (HSI: +2,2%; CSI 300: +0,6%), liderados por Alibaba (+18,6%) após anúncio de novo chip avançado em meio às restrições às vendas da Nvidia. O dado de manufatura (PMI oficial) veio em 49,4 em agosto, ligeiramente abaixo do consenso (49,5), mantendo o setor em contração. No Japão, o Nikkei caiu 1,2%, pressionado por quedas fortes em semicondutores (Advantest -7,9%).
IBOVESPA +0,26% | 141.422 Pontos. CÂMBIO +0,4% | 5,43/USD
A agenda internacional desta semana está repleta de indicadores. Nos Estados Unidos, atenções voltadas para a publicação de estatísticas sobre o mercado de trabalho em agosto, em particular o Nonfarm Payroll. Sondagens industriais e de serviços (ISM e PMI) de agosto também serão acompanhadas de perto pelos analistas. Na Zona do Euro, os resultados do PIB do 2º trimestre e a inflação ao consumidor de agosto devem ter protagonismo.
Ibovespa
O Ibovespa encerrou a semana passada em alta de 2,5% reais e em dólares. Em agosto, o índice avançou 6,3% em reais e 9,4% em dólares, retornando a níveis de máximas históricas.
Os destaques positivos da semana foram os papéis mais sensíveis aos juros, como Magazine Luiza (MGLU3, +18,7%) e Vamos (VAMO3, +12,2%), que se beneficiaram do fechamento da curva. No setor de distribuição de combustíveis, Ultrapar (UGPA3, +9,3%) e Vibra (VBBR3, +11,3%) também avançaram após uma operação policial contra o crime organizado atingir o segmento.
Já o destaque negativo foi RD Saúde (RADL3, -6,0%), que recuou fortemente próximo ao fechamento do pregão de sexta-feira após notícias de que o Mercado Livre estaria adquirindo uma farmácia em São Paulo (link).
Renda Fixa
No comparativo semanal, os juros futuros encerraram com forte fechamento nos vértices longos da curva. Esse movimento refletiu o resultado de pesquisas eleitorais no Brasil, e o aumento da perspectiva de início do ciclo de corte de juros nos EUA. As taxas de juro real tiveram queda, com os rendimentos das NTN-Bs com vencimento em 2030 consolidando-se em patamares próximos a 7,79% a.a. (vs. 7,94% na semana anterior). O DI jan/26 encerrou em 14,89% (- 0,5bp no comparativo semanal); DI jan/27 em 13,97% (+1,5bp); DI jan/29 em 13,21% (- 7,5bps); DI jan/31 em 13,51% (- 13,5bps); DI jan/35 em 13,71% (- 14bps). Nos EUA, os rendimentos das Treasuries de dois anos terminaram em 3,62% (-8,2bps vs. semana anterior), enquanto os de dez anos em 4,23% (-3,1bps).
IFIX
O Índice de Fundos Imobiliários (IFIX) encerrou a sexta-feira em alta de 0,70%, acumulando valorização de 1,16% em agosto, impulsionado principalmente pelo bom desempenho dos fundos de tijolo, que avançaram 1,58% no período. Os fundos de papel também registraram alta no mês, embora em menor magnitude, com ganho médio de 0,26%.
Entre as maiores altas mensais, destacaram-se TRBL11 (17,3%), PATL11 (6,5%) e AJFI11 (6,4%). Já entre as principais quedas, figuraram CACR11 (-14,5%), DEVA11 (-13,7%) e URPR11 (-7,6%).
Economia
A Corte de Apelações do Circuito Federal dos Estados Unidos decidiu invalidar as tarifas impostas pela administração Trump, reconhecendo a ilegalidade de parte dessas medidas. No entanto, os juízes as mantiveram em vigor enquanto o processo estiver em andamento. A Casa Branca tem até meados de outubro para recorrer à Suprema Corte. Na China, a atividade industrial avançou em agosto ao maior ritmo em cinco meses, com o PMI de manufatura – sondagem com empresários sobre as condições econômicas do setor – atingindo 50,5 pontos. O resultado veio acima do esperado e retornou ao nível acima de 50 pontos, que indica expansão.
No Brasil, a Proposta de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2026 trouxe poucos detalhes nas projeções. O documento previu cerca de R$ 110 bilhões em receitas adicionais provenientes de medidas específicas, mas não discriminou cada medida, o que impede avaliar possíveis superestimações. Pelo lado das despesas, estimativas indicam subavaliação relevante em itens obrigatórios. Acreditamos que o governo não deve alterar a meta de resultado primário de 2026.
Na agenda doméstica, destaque para a divulgação do PIB do 2º trimestre, que deve reforçar a tese de desaceleração econômica. Ainda no lado da atividade, a Pesquisa Industrial Mensal (PIM) deve apresentar recuo da produção manufatureira em julho, refletindo o aperto da política monetária e os elevados níveis de estoques em muitas categorias.
(da redação com informações de assessoria. Edição: Política Real)