Fernando Haddad, depois que Hugo Motta disse que o PL da isenção do IR chega forte ao plenário, disse que sentiu “firmeza” na fala do presidente da Câmara dos Deputados
Ele disse que o orçamento deverá chegar no tempo certo do Congresso
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(Brasília-DF, 27/08/2025) O ministro Fernando Haddad, da Fazenda, ao chegar no Ministério da Fazenda, no prédio da Esplanada dos Ministérios, conversou com os jornalistas e comentou a declaração do deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara, que afirmou que o relatório do deputado Arthur Lira ( Progressistas-Al) sobre o PL da Isenção do Imposto de Renda “chegava forte ao plenário”.
Haddad disse que sentiu firmeza com Motta.
“Ele ficou de marcar uma reunião com a Fazenda e os líderes para a semana que vem, para esclarecer as últimas dúvidas, qualquer dúvida que apareça, para nós encaminharmos a plenária. Mas eu senti firmeza, senti que estamos bem. E os dados são muito robustos, chamam a atenção.”, disse.
Coletiva de Haddad à porta do Ministério da Fazenda na tarde desta quarta-feira, 27:
Jornalista: O senhor se reuniu com o Hugo Motta agora, qual foi a pauta da reunião?
Fernando Haddad: A gente passou em revista os projetos que estariam perto de uma votação, assim, maduros para votar. Tem bons projetos maduros para votar, alguns com alguns ajustes ainda a serem feitos, mas tem PL dos minoritários, de proteção a acionistas minoritários, tem a questão da lei de falências que ganhou interesse de a gente tentar ajustar, que está no Senado, mas com compromissos mútuos para a gente avançar.
A questão do IR, evidentemente, Inteligência Artificial, nós estamos trabalhando com o relator em uma versão definitiva. Conversamos um pouco sobre Redata, que é algo que provavelmente o presidente deve encaminhar e que pode ser incorporado no projeto de Inteligência Artificial depois que for para o Congresso. Então, tem uma agenda importante de atração de investimento, melhoria do ambiente do negócio, o que pode ajudar.
Jornalista: Ministro o senhor demonstrou preocupação com relação à reforma do IR, porque saiu notícia de que haveria possibilidade de não ter uma compensação, não é uma compensação integral? Vocês falaram sobre isso? O presidente de
Motta falou sobre o compromisso com a compensação?
Fernando Haddad: Inclusive, ele falou publicamente hoje, antes desse encontro, disse que o relatório do Lira chega com muita força no plenário, porque foi aprovado por unanimidade. Então, eu acredito, primeiro, tem um acordo firmado, tanto o tributo sobre o consumo, sobre renda, que os dois projetos seriam neutros do ponto de vista fiscal, os dois. Isso valeu para a emenda constitucional e eu espero que valha também para esse.
E o presidente Hugo reafirmou o compromisso com o projeto equilibrado do ponto de vista fiscal. Isso é muito importante, porque não se trata só de isentar quem ganha menos, é também, aquele que ganha mais de 100 mil por mês, contribuir com uma justa parte, uma alíquota que todo mundo paga. Então, se vocês observarem as pesquisas que foram feitas, o apoio à taxação dos super ricos é maior do que o da própria isenção, até 5 mil.
Pouco maior, mas maior. Por quê? Porque a sensação que se tem é de que há muita injustiça no Brasil e de que os super ricos não contribuem com o mínimo que deveriam contribuir.
Jornalista: Deu previsão para quando o projeto vai ser votado?
Fernando Haddad: Não, mas...
Jornalista: Tinha um boato de ser só para o fim de setembro.
Não tem como adiantar, já que o senhor mesmo disse que o relatório já está...
Fernando Haddad: Ele ficou de marcar uma reunião com a Fazenda e os líderes para a semana que vem, para esclarecer as últimas dúvidas, qualquer dúvida que apareça, para nós encaminharmos a plenária. Mas eu senti firmeza, senti que estamos bem. E os dados são muito robustos, chamam a atenção.
A desigualdade no Brasil é muito grande. É um começo de endereçar o tema da desigualdade. Não é a solução da desigualdade, mas é o começo.
Jornalista: O que o senhor apresentou ontem na reunião ministerial? Quais foram as pautas apresentadas pela equipe econômica?
Fernando Haddad: Não, nós apresentamos... Não apresentamos a pauta. Apresentamos o diagnóstico do nosso trabalho. Como é que o nosso trabalho está caminhando e quais são os pressupostos desse trabalho que estão gerando os resultados comemorados ali pela apresentação da Casa Civil.
Jornalista: Com relação ao PL do Tarifaço, que é bem importante, ainda não tem uma relatoria. Você chegará a tratar sobre esse tema?
Também. O PL. do Tarifaço já foi aprovado em setembro para ter um aporte com os caracteres.
Jornalista: Vai ter uma relatoria?
O aporte já vai ser feito. Vai ter do PLN, né?
Fernando Haddad: Precisa do PLN, mas...
Jornalista: E não tem relatoria ainda. Foi tratado sobre isso?
Ah, do PLN não.
Jornalista: Do Tarifaço?
A gente tratou da medida provisória. Tá. O PLN está no Senado.
O PLN eu tratei com ele.
Jornalista: Mas tem um impacto desse primeiro mês do Tarifaço? O setor de madeira, por exemplo, diz que está demitindo. O senhor disse hoje, por exemplo, que as carnes estão vendendo mais.
Qual que é a avaliação?
Fernando Haddad: Olha, agora nós transferimos a gestão do plano para o BNDES, que vai operacionalizar. Tem setores que não vão recorrer a crédito, porque provavelmente eles ainda não têm uma perspectiva de venda para outros mercados. Então, vai depender muito de empresa para empresa.
Mas vai chegar o diagnóstico de cada setor? Porque, de fato, há setores que são diferentes de commodity. Sabe, a commodity é muito fácil redirecionar. Tem encomendas sob medida específicas para a indústria americana.
Por isso o nosso desejo de reabrir um canal de comunicação até porque está prejudicando a indústria americana. Ela depende de insumos ou bens semielaborados que são produzidos aqui. Já está batendo a inflação nos Estados Unidos.
Vocês estão acompanhando isso. E nós anunciamos isso. Nós dissemos que o tarifaço ia acabar prejudicando o consumidor americano.
E é o que está acontecendo.
Jornalista: Sobre o orçamento, minha senhora, deve ser entregue sexta-feira ou segunda-feira?
Fernando Haddad: No prazo. Até sexta-feira.
Com coletiva, como tudo? A área técnica é o que está havendo. A ministra deve estar no exterior. Não sei se ela chega a tempo.
Mas certamente vai ter coletiva.
Jornalista: Vai ter alguma medida adicional de receita? Ou para esse orçamento não vai ser necessário enviar projetos adicionais?
Fernando Haddad: Não, não tem previsão. É o que está posto.
( da redação informações de IA. Edição: Política Real)