31 de julho de 2025
REUNIÃO MINISTERIAL

Lula, na abertura da reunião ministerial, disse que o Brasil não gosta de imperador, numa nova reclamação contra Donald Trump; ele disse que os ministros tem que defender nossa soberania

Para ele, as decisões do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, são descabidas

Por Política Real com agências
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Lula na abertura da reunião ministerial Foto: Ricardo Stuckert

(Brasília-DF, 26/08/2025) Na abertura da segunda reunião ministerial de 2025 na manhã desta terça-feira, 26, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante uma fala inicial que foi transmitida ao vivo pelo Canal Gov e pelas redes sociais, voltou a tratar do tarifaço de Donald Trump no Brasil, fez criticas, pediu envolvimento dos ministros na defesa do país.

Lula afirmou que o Brasil não aceitará “desaforo, ofensas e petulância de ninguém”. Lula orientou seus ministros a defenderem a soberania do país em seus discursos públicos.

Para ele, as decisões do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, são descabidas. Ainda assim, o governo brasileiro segue à disposição para negociar as questões comerciais.

“Estamos dispostos a sentar na mesa em igualdade de condições. O que não estamos dispostos é sermos tratados como se fossemos subalternos. Isso nós não aceitamos de ninguém. É importante saber que o nosso compromisso é com o povo brasileiro”, disse Lula.

Lula voltou a dizer que o Brasil não gosta de imperador, numa clara referência ao presidente Trump.

“É importante que cada ministro, nas falas que fizerem daqui para frente, façam questão de retratar a soberania desse país. Nós aceitamos relações cordiais com o mundo inteiro, mas não aceitamos desaforo e ofensas, petulância de ninguém. Se a gente gostasse de imperador, o Brasil ainda seria monarquia. A gente não quer mais. A gente quer esse país democrático e soberano, republicano”, acrescentou.

"Não existe nada que possa ser mais grave do que uma família inteira ter um filho —um cidadão que já deveria ter sido expulso da Câmara dos Deputados— insuflando, com mentiras e com hipocrisia, outro Estado contra o Estado Nacional do Brasil.”,. disse.

A fala inicial do presidente foi transmitida ao vivo pelo Canal Gov e pelas redes sociais, seguida de um balanço das ações do governo, apresentado pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa.

Exportações

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, que está à frente das negociações sobre o tarifaço, também apresentou números atualizados sobre o impacto das medidas no comércio brasileiro. Segundo ele, 35,6% de tudo que é exportado pelo Brasil ao país norte-americano estão sob uma tarifa de 50%.

O tarifaço imposto ao Brasil faz parte da nova política da Casa Branca, inaugurada pelo presidente Donald Trump, de elevar as tarifas contra parceiros comerciais na tentativa de reverter a relativa perda de competitividade da economia dos Estados Unidos para a China nas últimas décadas. No dia 2 de abril, Trump impôs barreiras alfandegárias a países de acordo com o tamanho do déficit que os Estados Unidos têm com cada nação. Como os EUA têm superávit com o Brasil, na ocasião, foi imposta a taxa mais baixa, de 10%.

Porém, em 6 de agosto, Trump aplicou uma tarifa adicional de 40% contra o Brasil em retaliação a decisões que, segundo ele, prejudicariam as big techs estadunidenses e em resposta ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de liderar uma tentativa de golpe de Estado após perder as eleições de 2022.

Além disso, Alckmin explicou que 23,2% das exportações ao país norte-americano são taxados de acordo com a Seção 232 da Lei de Expansão Comercial norte-americana, que é aplicada a todos os países, com exceção do Reino Unido. Para aço, alumínio e cobre, por exemplo, a tarifa é de 50%; automóveis e autopeças são taxados em 25%.

O restante dos 41,3% de produtos exportados aos EUA tem uma tarifa de 10%.

(da redação com informações de assessoria, Youtube e Ag. Brasil. Edição: Política Real)