DESTAQUES DO DIA: Mercados globais em queda e no Brasil sem índices relevantes a serem divulgados
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(Brasília-DF, 20/08/2025). A Política Real teve acesso ao relatório “Moorning Call” da XP Investimentos apontando que os mercados globais estão em queda e no Brasil não haverá divulgação de índices relevantes.
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Mercados globais
Nesta quarta-feira, os futuros nos EUA recuam (S&P 500: -0,1%; Nasdaq 100: -0,2%) com queda no setor de tecnologia, que pesa sobre o mercado. Na temporada de resultados, o balanço da Home Depot mostrou alta nas vendas nos EUA, enquanto Target e Walmart divulgam resultados nesta semana, em meio a preocupações com os efeitos das tarifas impostas por Trump. O foco segue no simpósio de Jackson Hole, com Jerome Powell discursando na sexta-feira. Hoje, a ata da reunião de julho do Fed deve servir como prévia.
Na Europa, as bolsas sobem (Stoxx 600: +0,1%), após todos os setores iniciarem o dia no negativo. O setor de defesa prolonga as perdas após o otimismo com as negociações entre Trump, Zelenskyy e líderes europeus. Além disso, o CPI do Reino Unido surpreendeu ao acelerar para 3,8% A/A em julho (consenso: 3,4%), adicionando pressão sobre ativos locais.
Na China, os mercados fecharam em alta (CSI 300: +1,1%; HSI: +0,2%), após o Banco Popular manter a taxa de empréstimos (LPR) inalterada pelo terceiro mês seguido, em linha com as expectativas. No restante da Ásia, Japão liderou as quedas (Nikkei: -1,5%) após exportações recuarem 2,6% A/A em julho, maior queda em quatro anos, com destaque para SoftBank (-9%).
Economia
Nos EUA, o foco está na ata do último FOMC, que deverá ter efeito limitado sobre ativos. Após revisões para baixo nos dados do mercado de trabalho, o mercado segue projetando 83% de chance de corte de juros na próxima reunião. Na China, o banco central manteve as taxas de empréstimo em níveis recordes baixos pelo terceiro mês, apesar de dados recentes indicarem perda de tração da economia. Na Zona do Euro, o CPI de julho ficou estável em relação a junho, com núcleo de inflação em 2,3% a/a – acreditamos que o Banco Central Europeu tenha pouco espaço para novos cortes de juros, após recuperação da atividade na região.
IBOVESPA -2,10% | 134.432 Pontos. CÂMBIO +1,22% | 5,50/USD
Ibovespa
O Ibovespa encerrou a terça-feira em queda de 2,1%, aos 134.432 pontos, em seu pior desempenho diário desde 4 de abril, e com 76 dos 84 papéis do índice terminando no campo negativo. O movimento refletiu o aumento da aversão ao risco após a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino, buscando impedir a implementação da Lei Magnitsky no Brasil, o que elevou os temores de uma possível escalada de tensões geopolíticas entre Brasil e EUA. Nesse contexto, os bancos foram os principais responsáveis pela queda do índice, com destaque para Itaú (ITUB4, -3,8%) e Banco do Brasil (BBAS3, -6,0%). Os ativos locais também sofreram, com o DI jan/34 abrindo 21 bps e o dólar avançando 1,2%, para R$ 5,50.
No lado positivo, Minerva (BEEF3, +2,9%) se destacou, estendendo os ganhos dos dois pregões anteriores e acumulando alta de 10,0% no período. Já na ponta negativa, Raízen (RAIZ4, -9,6%) devolveu a alta de 10,6% registrada no pregão anterior, após notícias de que a Petrobras (PETR4, -1,1%) estaria interessada em investir na companhia. A estatal, no entanto, negou a informação, o que afetou o desempenho das ações da Raízen.
Nesta quarta-feira, destaque para a divulgação da ata da última reunião do FOMC. Na Zona do Euro, serão divulgados os dados de inflação ao consumidor (CPI) de julho.
Renda Fixa
As taxas futuras de juros encerraram a sessão de terça-feira com forte abertura da curva. No Brasil, o movimento foi impulsionado pela escalada das tensões diplomáticas com os Estados Unidos, relacionadas à aplicação da Lei Magnitsky em território nacional. Além disso, notícias sobre pesquisas eleitorais elevaram a volatilidade no pregão. Nos Estados Unidos, em um dia de noticiário mais esvaziado, o destaque ficou por conta da agência S&P Global, que projetou um aumento significativo na receita americana, refletindo os efeitos da política tarifária adotada pelo país. Por lá, os rendimentos das Treasuries de dois anos terminaram o dia em 3,75% (-1,4bp vs. pregão anterior), enquanto os de dez anos em 4,31% (-3,1bps). Na curva local, o DI jan/26 encerrou em 14,91% (+2bps vs. pregão anterior); DI jan/27 em 14,15% (+19,5bps); DI jan/29 em 13,48% (+28,6bps); DI jan/31 em 13,75% (+27,4bps).
IFIX
O Índice de Fundos Imobiliários (IFIX) encerrou a terça-feira em queda de 0,18%, pressionado principalmente pelo desempenho negativo dos fundos de tijolo, que recuaram, em média, 0,15%, diante de uma nova rodada de abertura nos vértices longos da curva de juros. Os FIIs de papel também registraram desvalorização, com queda média de 0,03% na sessão.
Entre as maiores altas do dia, destacaram-se GZIT11 (3,3%), KIVO11 (2,0%) e RCRB11 (1,0%). Já entre as principais quedas, figuraram PATL11 (-2,3%), TEPP11 (-2,1%) e TGAR11 (-2,1%).
No Brasil, não há indicadores relevantes na agenda. O mercado segue focado na relação entre o STF e as sanções individuais impostas pelos EUA às autoridades brasileiras. Ontem, a taxa de câmbio depreciou para perto de 5,50 reais por dólar por conta dessa preocupação.
( da redação com informações de assessoria. Edição: Política Real)