31 de julho de 2025
TRANSPORTES

Brasília e Goiânia foram as únicas capitais que registraram o fluxo de 100% no transporte coletivo no país, informa Anuário NTU 2024/2025

Para o diretor-executivo da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos, Francisco Christovam, as ações da capital federal servem de referência para os estudos da NTU

Por Política Real com assessoria
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(Brasília-DF, 15/08/2025) Nessa quinta-feira, 14, a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos divulgou o seu Anuário NTU 2024/2025 revelou que o Distrito Federal, junto com Goiânia, foram as únicas capitais que a alcançar 100% da demanda e fluxo de passageiros após a pandemia do covid-19.

De acordo com o Anuário os outros 17 sistemas – que incluem Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre – ainda operam abaixo do patamar pré-pandemia, variando entre 80% e 85% do volume observado em fevereiro de 2020.

“A pandemia foi um desastre para o setor de transporte, mas o Distrito Federal foi a única região cujos os funcionários de transporte não foram demitidos. Em todas as regiões, houve demissão. Por decisão do governador Ibaneis Rocha, nós mantivemos, na época, a plena oferta de passagens e de ônibus. A frota toda operando, mantendo os empregos dos rodoviários”, lembra o secretário de Transporte e Mobilidade, Zeno Gonçalves.

Zeno Gonçalves é secretário de Transportes do DF

O congelamento da tarifa no DF – que não sofreu reajuste no valor pago pelo usuário nos últimos anos – também foi apontado como um dos principais fatores para a rápida recuperação da demanda do transporte público. “Tiveram 18 regiões metropolitanas que tiveram aumento de passagens. Nós estamos com as nossas congeladas desde 2020, mostrando que, além de tudo, o transporte é inclusão social, transferência de renda, desenvolvimento econômico e combate à desigualdade”, afirma.

O DF, por exemplo, possui o maior nível de subsídio do país, cobrindo 75% dos custos do sistema — índice superior ao de Goiânia (66%), Manaus (60%) e São Paulo (58%). “Nenhuma outra região do Brasil tem esse nível. Nós temos o menor índice de passageiros por quilômetro, ou seja, a gente roda muito transportando poucas pessoas porque tem pouco embarque e desembarque ao longo da rota. Isso tudo tem um impacto significativo no custo, aliado ao fato de que por você não aumentar a passagem do usuário, o governo tem que aportar mais recursos. Isso é dinheiro colocado na renda familiar”, acrescenta Zeno.

Outra ação relevante neste sentido foi o lançamento do programa Vai de Graça, que oferece transporte público gratuito para a população aos domingos e feriados. A iniciativa foi lançada no Carnaval de 2025 e já ultrapassou mais de 10 milhões de acessos.

Do ponto de vista de infraestrutura, foram entregues as rodoviárias de Sobradinho (2020), Santa Maria (2021), Sol Nascente/Pôr do Sol (2023), Varjão (2024), Itapoã (2024), Gama (2025) e Brazlândia (2022), que beneficiam mais de 570 mil pessoas. Além disso, estão sendo construídas estruturas viárias para expandir o BRT para área Norte e para o Sudoeste, reforçando o compromisso do GDF com a mobilidade urbana.

Para o diretor-executivo da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos, Francisco Christovam, as ações da capital federal servem de referência para os estudos da NTU. Apresentado durante o 48º Seminário Nacional NTU, o anuário conta com 30 anos de coleta de informações de 19 sistemas de transporte público a partir de 11 indicadores operacionais.

“Goiânia e Brasília deram a demonstração de que, quando você investe no material rodante, na frota, nos equipamentos necessários e também no custeio da operação, isso faz com que não haja debandada de passageiros nossos para o transporte individual, que é o que degrada a condição de vida das cidades, com congestionamentos e horas improdutivas no trânsito. O que a gente quer é que cada vez mais as pessoas optem por usar o transporte coletivo, porque é assim que se faz nos países desenvolvidos”, analisa.

( da redação com informações da Ag. Brasília. Edição: Política Real)