A crise colocou São Paulo no centro do jogo!
Uma coisa é certa, São Paulo vai acabar influenciando todo o resto do Brasil!
Publicado em
(Brasília-DF) Está todo mundo contando as horas, os dias, para a conversa, seja por telefone ou pessoal, entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, aquele que chamou Trump de “Imperador do Mundo”. Como disse recentemente o prêmio Nobel de Economia, Paul Krugman, um economista crítico de Trump, o ocupante do Salão Oval só respeita quem mostra que é durão!
Enquanto isso não vem, já se vê que a aprovação de Lula melhorou, mas não de seu Lula 3, temos um assunto que está mexendo com aqueles que dizem que precisa aparecer alguém para “salvar o Brasil de Lula”.
Se abriu um espaço em São Paulo, pois o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) parece que ficou sem condições (parece?!) de ser candidato ao Senado Federal. Isso abre uma janela para os conservadores de todas as vertentes.
Ressalte-se como esse tarifaço de Donald Trump ao Brasil criou tantas dificuldades para os estados governados por bolsonaristas, ao tempo que o protagonismo se voltou para São Paulo.
As pesquisas mostram que o Vice-Presidente Geraldo Alckmin, homem da fala mansa, cresceu neste momento junto à sociedade e junto aos poderosos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, outro de São Paulo, aproveitando que o tarifaço começa a valer para 60% da economia exportadora para os Estados Unidos no dia 7 de agosto, convidou todos os governadores a virem a Brasília para discutir compensações econômicas.
A Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul, bolsonarista, está fazendo pressão enorme para as lideranças caminharem para Brasília, pois é o segundo estado que mais perde com o tarifaço. Os gaúchos estão vindo falar com os paulistas poderosos do momento.
Paulistas importantes no jogo do poder, e da economia, como Gilberto Kassab, estão calados. É impressionante como a Faria Lima e o grande empresariado observam que o então habilidoso governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ficou pequeno nesta questão do tarifaço. Não resta dúvida que mostrou habilidade ao sobreviver entre os governos Dilma Rousseff, Michel Temer, e ganhar espaço no Governo Bolsonaro, mesmo sendo mal visto pela família Bolsonaro; jeito tem limite, frente a questões maiores.
Enquanto Geraldo Alckmin, mais, e Fernando Haddad, menos, avançam, vemos espaços se abrindo em São Paulo, ao mesmo tempo que se fecham. Esses movimentos mexem com todos os grandes partidos e jogadores de 2026.
Interessante como uma grave crise que mexe com nossa economia, verdade que de forma ampla, inédita e histórica numa relação de 200 anos de amizade, acaba colocando São Paulo, o motor econômico do país, no centro do tabuleiro, para usar uma expressão peculiar!
O que chama atenção – mesmo Lula sem representar o novo, aquilo que tanto se precisa, é que o que poderia vir de novo perde força.
Na prática, quando quem é o protagonista principal pouco se move, ou se move menos do que gostaria, ao tempo que os que deveriam avançar não conseguem ficar maiores a impressão que fica é que o velho continua sendo o que nos sobra. Impressão ou não, algo se dissipa fácil, igual lufada de vento em nevoeiro.
Ainda não sabemos o tamanho disso tudo, até porque não sabemos o que mais virá do Salão Oval em direção ao Palácio do Planalto. O problema que não se apercebe no Salão Oval é que para atingir o Planalto tem o Brasil no meio do caminho.
Uma coisa é certa, São Paulo vai acabar influenciando todo o resto do Brasil!
Por Genésio Araújo Jr, jornalista
E-mail: [email protected]