31 de julho de 2025
BANCADA DO NORTE

Sidney Leite, no encerramento do ano da Bancada do Norte, diz que toda Brasília já sabe o que a Amazônia está precisando

"Nós somos a pátria d'água, e o grosso da população que não tem água potável é a maior do Brasil", disse Leite.

Por Política Real
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(Brasília-DF, 23/12/2025)   Na semana passada, 16 de dezembro, a Bancada do Norte, coordenada pelo deputado Sidney Leite (PSD-AM), comandou confraternização num evento-jantar no bairro Lago Sul em Brasília, em que deputados e senadores de todas as bancadas e estados da região, parlamentares do campo conservador, do chamado centrão, do campo da esquerda - se manifestaram e se congratularam, em tom de festas-de-fim-de-ano, mas fazendo balanço e mirando o ano de 2026.  Leite disse que, agora, toda a Brasília já sabe os que o Norte, a Amazõnia, está querendo e precisando.

O deputado Sidney Leite, que foi responsável pela retomada do grupo parlamentar, nesta legislatura, que foi criado, nos moldes da Bancada do Nordeste, pelo então deputado Bala Rocha(AP), hoje prefeito da cidade de Santana, no Amapá – fez uma fala, ao final do evento, em que destacou as conquistas da bancada, as necessidades frente ao Governo Federal e para que o país entenda que a região precisa de demandas únicas e que não é só território de ‘índio”.

Leite salientou a questão da segurança pública e do enfrentamento do crime organizado na região. Falou das enormes demandas que são maiores na região Norte comparadas com qualquer outra.    Ele falou dos problemas de transporte aéreo.

“A maior demanda de infraestrutura é na Amazônia. A pior cobertura de saneamento é básica na Amazônia. Nós somos a pátria d'água, e o grosso da população que não tem água potável é a maior do Brasil.”, disse com grande destaque.

Veja os principais momentos da fala de Leite ao final do evento:

BRASÍLIA E A BANCADA

“Hoje, todo governo brasileiro sabe a pauta do Norte.

Nós já somos responsáveis por 37,5% do escoamento de soja do Brasil e 41% do escoamento de milho. Mas o governo, se você chegar no Ministério das Postas, ele sabe a demanda do estado de Rondônia, do Acre, do Amapá, do Tocantins, do Pará, de Rondônia e do Amazonas. Da mesma feita, o Ministério de Portas e Aeroportos, do mesmo jeito o Ministério da Saúde.

Enfim, os ministérios tomaram conhecimento e é uma pauta que não é isolada, é uma pauta construída coletivamente.

No Ministério da Educação não é diferente, tivemos uma vitória que parece tímida, mas eu acho que é o descortinar para que a gente tenha efetivamente consolidado nas nossas leis o custo amazônico, que foi o reajuste de 50% per capita para o transporte escolar fluvial. Nós temos uma luta que é de nivelar o teto MAC pelo estado do Amapá, que hoje tem o melhor teto. A memória não me trai está em torno de 700 reais.

Conseguimos, aprovar na LDO uma figura que não existia no Ministério da Saúde, chamada “ambulancha”. Eu mesmo tentei colocar várias vezes em emenda e não existia.

Agora nós aprovamos isso na LDO, certo? “

SEGURANÇA E TRANSPORTE

“E nós precisamos nos unir para a “PEC da segurança” olhar a questão da fronteira. Não é verdade? Nós temos Rondônia, nós temos o Acre, nós temos o Amazonas, tem Roraima, tem o Amapá, que são países fronteiriços, e essa questão precisa ser olhada com carinho, porque a gente é vizinho dos maiores produtores de droga do mundo.

Dito isto, nós temos projetos, como a Sílvia tem sido uma entusiasta, o deputado Stelio é o relator, para que a gente possa pautar a questão do transbordo para as aeronaves que vêm de outros países, se tiver como início de voo ou final de voo a Amazônia, para que a gente possa melhorar isso.

Há uma promessa do ministro Silvio Costa (Portos e Aeroportos) de chamar as três grandes empresas para acertar com a gente, porque parece o seguinte que quem vive na Amazônia ou é coruja, porque só tem voo de madrugada, e é verdade, a maioria dos nossos voos são de madrugada. E tem uma conta que ninguém entende, se o cidadão comprar uma passagem de Santarém para Belém, ele paga, vou citar aqui um número que não é esse, mas ele paga em média quase 3 mil reais. Mas se ele tirar uma passagem de Santarém para Belém, de Santarém para Brasília, passando por Belém, ele paga mais barato.

Se eu tirar uma passagem Manaus-Salvador, passando por Brasília, é mais barato do que se eu tirar Manaus-Brasília. E isso só acontece com a gente, não é verdade? E eu quero concluir ainda falando desse assunto de trabalho.

A ministra Simone Tebet (Planejamento) suscitou uma questão, que nós podemos ter economia de até três semanas para o Pacífico, e leia-se, os países asiáticos, principalmente a China, em vez do canal do Panamá.

Nós temos uma rota pronta que precisa da dragagem, que é a região do Solimões via Peru. Mas nós temos o estado do Acre, que precisa somente refazer aquela estrada. E está pronta também essa rota, como nós temos por Rondônia. Fazendo a ponte de Guajará para Guayará, e que também está pronta.

E da mesma feita para que a gente possa fazer essa rota Atlântico-Pacífico, e ser uma grande solução do ponto de vista do ganho da logística para o Brasil. E por que eu encerro com isso? “

SOLUÇÃO PARA O BRASIL

“Porque a Amazônia, ela não é problema para o Brasil, ela é solução. Não só pela questão da sua biodiversidade, mas pela questão da logística e pela questão estratégica.

Então, essa nossa unidade, essa nossa união, nós ainda somos uma criança, mas nós temos muito a contribuir com o desenvolvimento do Brasil, e nós só queremos ter uma relação em que a gente possa ser olhado como cidadão brasileiro igual. Porque hoje, hoje nós temos o maior déficit habitacional do Brasil, está na Amazônia. A pior cobertura de internet está na Amazônia.

A maior demanda de infraestrutura é na Amazônia. A pior cobertura de saneamento é básica na Amazônia. Nós somos a pátria d'água, e o grosso da população que não tem água potável é a maior do Brasil.

E a gente não tem esse outro tipo de olhar por parte do governo central. Independente de seja governo de direita, de esquerda, essa é uma realidade que a gente convive, certo? E que a gente precisa superar isso. Mas, dito isto, eu quero aproveitar e desejar um feliz Natal a todos.”

AGRADECIMENTO

“Agradecer, mais uma vez, aqueles que têm nos ajudado, no sentido de que a gente possa, cada vez mais, prevalecer isto, e que o Brasil possa conhecer um pouco da Amazônia. Eu disse, passada a COP, que todas as críticas que nós sofremos, independente das dificuldades que tem a cidade de Belém, uma coisa a gente é acostumado, né? Porque muita gente acha que lá em Rio Branco, Taravacal, Feijó, só tem índio. Como em Manaus.

E a gente não se sente mais revoltado porque a gente aprendeu a conviver com isso e a gente é muito maior do que isso. Então, agradecer a cada um e a cada uma de vocês que a gente possa, mesmo no ano eleitoral e nas diversidades e dificuldades que a gente tem, da logística na nossa região, continuar com essa pauta.

Mas nós temos excelentes quadros nessa bancada que tem se revelado e que a gente tem conseguido avançar. Tá certo, pessoal? Obrigado, feliz Natal a todos. E que a gente possa, aqui em 2026, estar juntos, unidos e fortalecidos pelo desenvolvimento da nossa região.”

(da redação com informações de assessoria e IA. Edição: Política Real)