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Estados Unidos anuncia investigação comercial contra o Brasil por conta de práticas comerciais "desleais"

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( Publicada originalmente às 23 h 08 do dia 15/07/2025)

(Brasília-DF, 16/07/2025). Na noite desta terça-feira, 15, segundo um comunicado do Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR, na sigla em inglês), uma agência do governo federal, foi iniciado uma investigação sobre o que chamou de práticas comerciais "desleais" do Brasil

Serão analisadas as políticas brasileiras relativas a comércio digital e serviços de pagamento eletrônico; "tarifas preferenciais injustas"; "interferência anticorrupção"; proteção à propriedade intelectual; acesso ao mercado de etanol; e desmatamento ilegal.

O objetivo da investigação é analisar se essas políticas brasileiras seriam "irracionais ou discriminatórias" e se "oneram ou restringem o comércio dos EUA".

O embaixador do comércio dos EUA, Jamieson Greer, disse que a investigação foi iniciada por ordem de Trump "sobre os ataques do Brasil às empresas americanas de mídia social, bem como outras práticas comerciais desleais que prejudicam empresas, trabalhadores, agricultores e inovadores tecnológicos americanos".

"O USTR detalhou as práticas comerciais desleais do Brasil, que restringem a capacidade dos exportadores americanos de acessar seu mercado há décadas, no Relatório Nacional de Estimativa de Comércio (NTE). Após consultar outras agências governamentais, consultores credenciados e o Congresso, determinei que as barreiras tarifárias e não tarifárias do Brasil merecem uma investigação completa e, potencialmente, uma ação corretiva", escreveu Greer no comunicado.

O texto lista argumentos para investigar áreas específicas na atuação do Brasil:

Comércio digital e serviços de pagamento eletrônico: o governo americano argumentou que o Brasil poderia retaliar empresas dos EUA nessas áreas que eventualmente se recusem a "censurar" discursos políticos;

Tarifas preferenciais: de acordo com o comunicado da agência americana, o Brasil concede tarifas mais baixas às exportações de parceiros comerciais globalmente competitivos, "prejudicando assim as exportações americanas";

Fiscalização anticorrupção: os EUA argumentaram que o Brasil falha em estimular medidas de transparência e anticorrupção;

Proteção à propriedade intelectual: o governo americano acusou o Brasil de negar proteção e fiscalização referentes a direitos de propriedade intelectual, o que prejudicaria companhias dos EUA do setor de inovação e criatividade;

Etanol: os EUA afirmaram que o Brasil passou a aplicar "uma tarifa substancialmente mais alta às exportações de etanol americano";

Desmatamento ilegal: de acordo com o comunico Brasil parece não estar conseguindo aplicar efetivamente as leis e regulamentações destinadas a impedir o desmatamento ilegal", o que prejudicaria a competitividade de produtores norte-americanos de madeira e produtos agrícolas.

(da redação com informações de assessoria e BBC. Edição: Política Real)