31 de julho de 2025
Brasil e Poder

Interpretação Estratégica – O Caso Hugo Motta Vai Além das Bolhas

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Hugo Motta chamou atenção neste final de semana para o Mundo do Poder através das redes

( Publicada originalmente às 18 h. 02 do dia 05/07/2025) 

Alek Maracajá - CEO Ativaweb e professor, Autor do Livro Brasil Digital

É fundamental que se compreenda: o volume de críticas contra Hugo Motta nas redes não nasceu apenas da esquerda. O que a esquerda fez foi impulsionar com investimento financeiro e mobilização de redes, mas o conteúdo rapidamente transbordou para a direita e, principalmente, chegou ao povão.

 “Quando o discurso encarna o apelo do pobre contra o rico, ele fura bolhas, ultrapassa ideologias e vira combustível de revolta popular.”

Esse é o ponto mais sensível: ao se tornar símbolo de privilégios e de uma classe política desconectada da realidade, Hugo Motta passou a ser alvo de uma crítica orgânica que unifica extremos. E o que era bolha virou correnteza.

 Por que Hugo virou o centro da tempestade, enquanto outros escaparam?

Embora o episódio tenha atingido o Congresso como instituição, nomes como o senador Davi Alcolumbre saíram praticamente ilesos. Ele passou pelo momento de forma discreta, sem virar símbolo da revolta digital.

 “Crises digitais não seguem lógica institucional, seguem lógica simbólica. O digital escolhe rostos para encarnar revoltas.”

Davi, apesar de atuar nos bastidores, não foi diretamente associado ao privilégio. Já Hugo foi cristalizado como “o amigo dos ricos”, tornando-se o rosto perfeito para canalizar frustrações sociais. O algoritmo não distingue cargos…ele mira no símbolo mais inflamável.

 O algoritmo não distingue ideologia…ele amplifica o que desperta emoção, revolta e identificação popular.

Por isso, é um erro estratégico considerar que estamos diante apenas de uma ação da oposição. O sentimento de rejeição viralizou como um movimento emocional coletivo, e isso só acontece quando há identificação direta com a dor cotidiana do povo.

 “Dados não gritam sozinhos. Eles ecoam o incômodo coletivo que, quando conectado a símbolos de poder e desigualdade, se transforma em tempestade digital.”