Forças Armadas de Israel afirmam que campanha contra o Irã será a mais complexa da história do país
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Com agências
(Brasília-DF, 20/06/2025). Nesta sexta-feira, 20, o chefe das forças armadas de Israel, Eyal Zamir, alertou que o país se prepara para uma "campanha prolongada" contra o Irã, à medida que os dois inimigos abrem a segunda semana do conflito com uma nova troca de agressões.
"Embarcamos na campanha mais complexa de nossa história para eliminar uma ameaça de tal magnitude, contra um inimigo como esse. Devemos estar prontos para uma campanha prolongada", disse Zamir em uma declaração em vídeo.
Falando no Conselho de Segurança da ONU, o secretário-geral da organização, António Guterres, também alertou que o conflito pode "sair do controle" se as partes não interromperem as agressões imediatamente.
Os ataques aéreos entre os dois países, contudo, permaneceram ativos ao longo do dia, enquanto europeus tentavam reabrir negociações com Teerã por um novo acordo nuclear.
Os diálogos aconteceram em Genebra entre o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, e diplomatas da União Europeia, Reino Unido, França e Alemanha, mas as negociações não avançaram.
Após a reunião, o ministro das Relações Exteriores britânico David Lammy afirmou apenas que os países estavam "dispostos a continuar as discussões e negociações em andamento com o Irã" e que foram claros ao dizer que Teerã "não pode ter uma arma nuclear".
Já Araghchi pontuou que o Irã está disposto a considerar a diplomacia somente se Israel interromper seus ataques e se os responsáveis forem responsabilizados.
Ele expressou "séria preocupação" com a decisão dos três países europeus e da União Europeia de não condenar os ataques israelenses. Para o ministro, bombardeios às instalações nucleares iranianas são uma grave violação do direito internacional.
"Declarei de forma explícita e clara que as capacidades defensivas do Irã não são negociáveis", disse o ministro. No entanto, acrescentou que o governo iraniano está disposto a continuar conversando com os europeus "em um futuro próximo".
Questionado sobre a iniciativa europeia, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que o "Irã não quer conversar com a Europa" e defendeu que os países do continente "não conseguirão ajudar desta vez".
O exército de Israel afirmou que 25 aviões de combate realizaram ataques aéreos na manhã de sexta-feira, atingindo "componentes de infraestrutura de armazenamento e lançamento de mísseis" no oeste do Irã.
Pelo menos cinco pessoas ficaram feridas em um bombardeio a um prédio residencial em Teerã. As defesas aéreas do Irã voltaram a ser ativadas na noite desta sexta-feira.
No norte de Israel, um projétil caiu no centro de Haifa, ferindo pelo menos 31 pessoas, de acordo com o Centro Médico Rambam da cidade. Uma fumaça preta subiu sobre o principal porto da cidade. As janelas e paredes de vários edifícios, incluindo uma mesquita, foram arrancadas pela explosão.
Haifa abriga o porto mais movimentado de Israel e uma base naval.
( da redação com informações da DW, FP, AP. Edição: Política Real)