Que janeiro é esse?!
Bolsonaro ganhou o voto do norte alegando que as esquerdas cuidavam mais da mata que do povo(branco) e que matava(sic) a economia
(Brasília-DF) Estou de volta com os artigos, mas como dar conta de um mês como esse?! Se formos atrás cada um dos dias rende um livro e não um artigo! O primeiro mês do chamado “Lula 3” - ainda falta dias!
Não tenha dúvidas: livros, teses, documentários e o que você mais achar vão surgir sobre esse janeiro de 2023! Ufa!
Fique certo, o Brasil não é um caso isolado, mas um laboratório que o Planeta deve estar atento. Deve-se olhar com tudo lupa. O Brasil tem suas particularidades. Os jornalistas que são refém dos fatos, e são muitos, são a melhor fotografia para tentar entender um pouco isso tudo. Seja você de esquerda ou de direita vai ter o que colher. Se você for dos extremos, aí o bicho pega!
Os fatos do final de semana, vamos com eles. A constatação de que os yanomanis de Roraima, não por acaso o Estado do Norte e da Amazônia em que Bolsonaro foi melhor votado – estão morrendo aos montes, especialmente pela interação que vem recebendo dos chamados “brancos”, notadamente os garimpeiros. Os indícios do mercúrio no sangue deles e a conhecida ausência dos órgãos de apoio aos indígenas são o batom na cueca daquilo que marcava a reação bolsonarista na Amazônia.
Bolsonaro ganhou o voto do norte alegando que as esquerdas cuidavam mais da mata que do povo(branco) e que matava(sic) a economia. O Norte continua pobre, surgem riquezas concentradas fruto do garimpo e das madeireiras ilegais, e os índios morrem. Nada de desenvolvimento.
A demissão do general Júlio Arruda, então comandante do Exército, por alegada “fratura na confiança”, e a indicação/nomeação do general Tomaz Paiva, então chefe do Comando Miliar do Sudeste, o maior do país foi um advento. Lula, já disse em meus comentários diários nas rádios pelo Brasil nos últimos dias - além dos desafios na Educação, Saúde, Meio Ambiente, os mais comentados, tem a lida com as Forças Armadas, que tiveram mais que o bolso, a alma aprisionada pelo bolsonarismo.
Lula, que começa suas andanças internacionais nesta semana, age nacional e internacionalmente, em busca de uma credibilidade que precisa ser construída a cada momento. O que lhe ajuda nisso é que os seus adversários lhe dão de mão beijada os argumentos. Os grandes agentes sociais e econômicos no Brasil e no Mundo estão vendo isso.
Lula e o Governo vão ter muitos desafios pela frente, a começa pela escolha dos chefes dos legislativos com uma construção de maioria parlamentar, que tem data certa para ser enfrentada, e lidar com a máquina digital que mesmo sem Bolsonaro continua atuando a olhos vistos.
É inadmissível que mesmo com documentação de sobra tenha gente achando que foram infiltrados que semi destruíram prédios na Praça dos Três Poderes e que vejam no Governo recém empossado a culpa no que se deu!
Lula mesmo tendo conquistas e alguns troféus, precisa evitar tropeçar nas próprias pernas, gratuitamente. Os erros sempre serão maiores que os acertos, mas se deve buscar que eles não chamem tanta atenção. Lula tem uma oposição aguerrida nos calcanhares, coisa que nunca viu.
Se tiver êxito na gestão para que não tenha bravos oposicionistas em postos chaves no Congresso, poderá ter conquistas inesperadas para muitos. Calma! Ainda faltam dias para acabar este estranho janeiro!
Por Genésio Araújo Jr. jornalista
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