Conduzindo o barco em mar revolto!
Se o Brasil não crescer ao menos o que está crescendo neste ano o bicho vai pegar. Isso é certo que não virá
(Brasília-DF) Em meio a agitação da Copa do Qatar, a política e a economia estão acontecendo.
O presidente eleito assumiu a governabilidade e a possibilidade de ser esmagado por um Congresso mais conservador no ano que vem se diluiu, fortemente, a princípio. Naturalmente, como todo fim de ano, melhora o emprego e o trabalho. O Governo antigo passou o recibo do apoio ao Orçamento Secreto ao vetá-lo nesse apagar de luzes. Os movimentos refratários ao governo eleito não evoluíram como pensavam alguns.
Justo isso se consolidou quando chegamos aos 30 dias que antecedem a posse. Mas isso não significa que ninguém possa se arrogar de qualquer coisa que seja. Estamos todos no purgatório de um tempo.
O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, concedeu uma entrevista importante depois de uma semana de estridentes negociações sigilosas.
Lula se elegeu alegando para o povão iria voltar ao tempo da picanha com cerveja no final de semana e aos mais letrados que iria garantir a manutenção da democracia aliado ao abominável legado de Jair Bolsonaro. Lula nunca detalhou ao preclaro público um plano de governo.
Na entrevista de sexta-feira, 2 de dezembro, ele falou por quase meia hora, respondeu pergunta, fez sinalizações claras. A governabilidade está bem encaminhada, até porque o pragmatismo dele se ajusta a de boa parte da classe política que não votou nele. Todos sabem que o orçamento de 2023 é inexequível para ele e suas promessas, para o povão, o vetusto Mercado e nem para a classe política.
Se o Brasil não crescer ao menos o que está crescendo neste ano o bicho vai pegar. Isso é certo que não virá. Lula vai atrair investimentos internacionais efetivos, isso é certo. O Mundo não o ama, como seus apoiadores disseminam, mas precisam que ele coloque mais amplitude na presença brasileira no Mundo. Não interessa aos EUA, Europa, África e boa parte da Ásia o Brasil que hoje temos, mas isso não será suficiente.
Lula avisou na sexta-feira que o Brasil da picanha e cerveja ainda vai demorar, que vai levar o orçamento para os mais pobres, que seu futuro Ministério, que ele só anunciará após a diplomação, no 12 de dezembro - será igual, em número, ao do passado, quando deixou o poder, acrescido da pasta dos “Povo Originários”, ao tempo que sinalizou que não vai dividir o Ministério da Justiça, um dos mais antigos da Esplanada dos Ministérios e da República.
Lula deixou evidente, também, que a prioridade é que investimentos sigam para os pobres e que deseja ser o controlador da sua política econômica(o que para bom entender meia palavra basta!).
Lula vai se encontrar com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e não vai lá só para fotografia. Nesta semana enviado da Casa Branca virá tratar com a Equipe de Transição, muito provavelmente com Geraldo Alckmin e principalmente Fernando Haddad, cada vez mais com cara de Ministro da Fazenda.
Lula, experiente, leva adiante os dias conduzindo um barco que não deve balançar mais do que balançou. A aparência de alguma ordem é momentânea. Depois do 12 de dezembro se contam os dias para finalizar o Orçamento e depois virá a posse. Nada garante que esses dias serão como os que vimos nesta semana.
De fato, a semana que passou foi boa para Lula e sua Transição. Vamos medindo o pulso da convalescente democracia brasileira, de manhã, de tarde e de noite!
Por Genésio Araújo Jr, jornalista
Email: polí[email protected]