31 de julho de 2025
OPINIÃO

Pai e padrasto!

Getúlio Vargas foi o primeiro pai dos pobres!

Publicado em
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(Brasília-DF) Chegamos ao início da segunda quinzena do mês de agosto. O mês do desgosto. Pode ficar, ele não vai passar em branco!

O mês está tendo suas tragédias habituais. Vamos aguardar até o último momento para avalia-lo. No Mundo do Poder, o que vem chamando atenção é o pagamento dos bilhões da PEC das Bondades ao povão necessitado e o evento desse último dia 11 de Agosto, Dia do Advogado, lá no Largo do São Francisco, em São Paulo, em que capital e trabalho se uniram para afiançar que não temos outra alternativa em nossa República que não seja a preservação das rotinas democráticas com respeito à Constituição e o Judiciário.

Estamos, repito, começando uma nova quinzena no domingo do Dia dos Pais, a nos brindar. A data pode ser comercial, mas tem toda uma relevância. No Brasil, desde os idos de Getúlio Vargas, o revolucionário e ao mesmo tempo ditador que marcou profundamente a nossa vida nacional – se fala em um pai para os brasileiros. Ele, e sua mítica, se associou com a figura do Pai dos Pobres.

Com Getúlio Vargas, gostemos ou não, a questão social deixou de ser um caso de polícia, foi criada a Justiça do Trabalho. Surgiu com Vargas, a seguridade social, planos habitacionais, assistência social. Foram criados Serviço de Alimentação da Previdência Social (SAPS), a fundação da Sociedade Brasileira de Alimentação, o Serviço Especial de Saúde Pública (SESP), o Serviço Técnico de Alimentação Nacional (STAN) e o Instituto Técnico de Alimentação (ITA).

Neste agosto começa, oficialmente, a campanha eleitoral. Nesse domingo engrenamos 50 dias para as eleições nacionais e os dois favoritos na disputa presidencial tendem a buscar a condição de pai dos pobres.  Lula nunca negou que gostava de ser assim visto, mas Bolsonaro, pelo que se observa, tudo indica, vai quer buscar esse título.

Não é para menos, em momento que o. brasileiro soletra a máxima de quem terra que não tem pão todo mundo reclama e não tem razão devermos ver os dois querendo ser pais dos pobres e acusando o outro de ser padrasto.

Lula que inventou os programas sociais modernos com o Bolsa Família deixou o governo em 2010, quando elegeu seu poste, Dilma Rousseff, com o orçamento do programa chegando a R$ 14,35 bilhões. Lula, mesmo com a Lava Jato e o fiasco do Governo Dilma, ficou com a marca de um pai dos pobres.

Bolsonaro tem a seu favor os R$ 41 bilhões da PEC das Bondades, que foi achada por sua turma, e vai colocar nos próximos dois meses R$ 16 bilhões em programas sociais de uma tacada só.

Bolsonaro tem a seu desfavor o fato de que nunca quis ser o pai dos pobres. Ele fazia um governo para classe média e parte dos ricos. Ele nunca divulgou a solidariedade, uma marca da comunicação com os mais pobres, apesar de seu governo ter repassado bilhões para Estados e Municípios e o exitoso Auxílio Emergencial ter mapeado os chamados invisíveis. Seu chefe da economia nunca emplacou uma política de governo voltada para este setor, mas as coisas mudam!

Vai ser interessante ver no início efetivo da campanha eleitoral, que se inicia neste agosto - Lula e Bolsonaro querendo ser os pais dos pobres do nosso Brasil varonil. Vai ter algo de Bolsonaro cruel e antidemocrático, vai ter o Lula ladrão e comunista no meio do caminho, mas vai ser na disputa para ser quem é o pai dos pobres e/ou padrasto que a coisa tende a se resolver.

Mais uma vez, assunto fundamentais para o futuro do país vão ser deixados de lado. Eles querem ganhar a eleição, mas depois não reclamem que eu não disse!

Por Genésio Araújo Jr, jornalista

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