31 de julho de 2025
OPINIÃO

Esse junho, promete!

O mês de junho, tradicionalmente, é o das festas juninas, que voltam depois de dois anos, e de convenções partidárias

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(Brasília-DF) Chegamos ao final de maio. Só o que se fala é da pré-campanha presidencial agora com a chegada, mesmo, da senadora Simone Tebet(MDB-MS), os movimentos repetitivos do presidente Jair Bolsonaro com apoio de parte do Congresso para o enfrentamento dos preços, especialmente os combustíveis e energia, e o jogar parado((?!) do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O mês terminou no azul para Lula, Bolsonaro com a luz amarela enquanto Tebet, o fato novo, em busca de uma luz. Na verdade, todos os outros pré-candidatos estão em busca de, ao menos, um lusco fusco. Impressionante, como parou a pré-candidatura de Ciro Gomes que  tem a virtude da fala, mas Bolsonaro e Lula não lhe dão resposta.

O mês de junho, tradicionalmente, é o das festas juninas, que voltam depois de dois anos, e de convenções partidárias. Dessa vez via ser só das festas, até porque todos os partidos, na prática, vão deixar para julho seus eventos de sagração eleitoral.

Junho tem os dias certos. Santo Antônio, no dia 13 de junho, colado no “Dia dos Namorados”, São João no 24 de junho e São Pedro, dia 29 de junho.  Serão dias importantes para os políticos sentirem, na prática, os humores eleitorais. Se estão duvidando das pesquisas vão sentir por lá o palpitar.

Em tese, as festas juninas vistas como uma referência nordestina, é muito mais que isso. Uma grande festa nacional, o brasileiro está ansioso pelas datas. Tempo de relaxamento e de reencontros. A empolgação com esse reagrupar tem muito de ligar os urbanos aos rurais. Em geral, o setor ruralista está muito próximo do presidente Jair Bolsonaro, porém a festa é mais um momento para as pessoas verem como a vida está difícil. A carestia está marcando a data na raiz. Como as pessoas passaram dois anos sem festa a sensação de empobrecimento é flagrante.

O ministro das Comunicações, Fábio Faria, que é homem do Centrão, mas está muito próximo do presidente - disse que a situação de Bolsonaro estaria melhor se não fosse a carestia.

“O que ainda está segurando [Bolsonaro] é o preço dos combustíveis, mas mesmo assim ele está crescendo. Se não tivesse a guerra da Ucrânia com a Rússia e não tivesse tido esse crescimento da inflação, dos combustíveis, preço dos alimentos, ele já estava lá na frente, disparado. Ele vai ganhar, mesmo com isso”, declarou o ministro numa entrevista à “Folha” divulgada no sábado.

A fala de Faria é a forma mais eloquente de reconhecer as pesquisas que o bolsonarismo recusa. Só os tolos apaixonados não reconhecem isso como um grande problema.

Já argumentei aqui ou em meus comentários diários nas rádios pelo Brasil que as pessoas culpam os prefeitos pelo buraco na rua, os governadores quando há insegurança e os presidentes quando a vida está ruim. Os políticos vão medir isso, in loco, durante esse marcante junho de muitos reencontros. O agronegócio, que ajuda a formar o ambiente das festas juninas, terá um outro grande ano com safra destacada, mas é um setor econômico importante que paga pouco imposto e dá pouco emprego. 

Bolsonaro poderá colher frutos viçosos ou flores secas cheias de espinho em junho. São faces de uma mesma moeda. É fundamental que ele chegue no mês das convenções partidárias, em julho, com uma boa imagem. A tendência é que o mês seja o de Simone Tebet, nem de Lula e nem de Bolsonaro, mas ninguém pode arriscar nada nos dias de hoje.

O mês de junho, promete!

Por Genésio Araújo Jr, jornalista.

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