Semana animada

(Brasília-DF) A semana vai ser marcada, ainda, pela repercussão da visita do empresário bilionário Elon Musk, dono da Tesla e SpaceX, ao Brasil, assim como a possibilidade da Câmara dos Deputados votar o PLP nº 18/2022, que trata de transformar energia e combustíveis em bens de primeira necessidade qual poderá reduzir sua tributação a 17%.

Os bolsonaristas estão comemorando como um gol de placa o encontro do presidente Jair Bolsonaro com o bilionário sul-africano, radicado nos Estados Unidos. Querem destacar, independente do interesses ainda nebulosos do bilionário no Brasil  - alegando investimento de sua empresa de satélite Starlink voltada para atender a educação em áreas isoladas e monitoramento ambiental. Querem evidenciar ao eleitorado, além dos bolsonaristas, que o Brasil não é um pária nas relações internacionais.

Querem estender o silogismo de que se o homem mais rico do planeta quer ficar junto de Bolsonaro e o Brasil não somos esse indigente diplomático como querem dizer por aí e que o brasileiro comum deve entender que ainda somos grandes! É estranho que um bilionário e não os países estejam interessados em Bolsonaro. No momento, pouco importa para os bolsonaristas, que preferem mais as imagens que a análise profunda dos interesses em jogo.

Musk é um ganhador de dinheiro. Temos que nos perguntar se os interesses dele são o interesse nacional. Isso vai se discutir, certamente, mais adiante, fiquem certos. No momento, foi um unguento e tanto para os apaixonados em Bolsonaro, cheio de feridas quando se trata da pauta internacional.

Aqui em nossa vertente, legislativa, a possibilidade da Câmara mudar uma regra que existia há 54 anos, que trata da essencialidade dos produtos, terá forte impacto sobre as contas públicas, especialmente sobre as contas dos Estados.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que anda conversando com o deputado Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, desde a semana passada sobre o assunto, não esconde que assim como Lira entende que o Congresso tem que enfrentar e apresentar soluções para a crise mundial na área de energia.  Por outro lado, Pacheco, defende que o ministro da Economia, Paulo Guedes, visto a reboque dos interesses de Bolsonaro pela reeleição e menos focado em política econômica – reflita sobre revisar seus entendimento sobre o Fundo de Compensação dos combustíveis.

Lira deverá aprovar a mudança da tributação dos novos produtos essenciais, mas Pacheco parece sinalizar que imporá o mesmo padrão desde que a Câmara enfrente a questão do Fundo de Compensação.

O que se percebe é que virá do Congresso uma solução para essa questão dos combustíveis e da energia o que demonstra a incapacidade do Governo Federal fazer os enfrentamentos mais robustos que a sociedade precisa. Infelizmente, vemos o governo buscar paliativos, contraditar a política monetária tocada pelo Banco Central e fazer apostas que caminham em paralelo aos problemas reais.

Vamos enfrentar mais nesta semana, como a questão da terceira via, ou a retomada da pré-campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que esteve de lua de mel na última semana. Na pauta internacional, deverá avançar uma busca de novo diálogo entre a Ucrânia e a Rússia, assim o o futuro da expansão da Otan, com as pretensões de Suécia e Finlândia emparedadas pela Turquia.

A semana será animada!

Por Genésio Araújo Jr, jornalista

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