31 de julho de 2025
OPINIÃO

Fatos antes das datas marcadas!

Se maio poderá ser um mês de Lula, como parece que é, caminhamos para um mês de junho que deverá ser decisivo para as outras candidaturas, além Bolsonaro

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(Brasília-DF) Chegamos a semana do dia 18 de maio, quando foi prometido que partidos do chamado centro-democrático iriam apresentar um nome de consenso na disputa presidencial de outubro de 2022. Já é publico e notório que isso não ocorrerá. O fato veio antes da efeméride! Coisas da política.

Em maio, mês do Dia do Trabalho, os sinais são mais positivos para a pré-candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva({PT), mas o que vemos é que Bolsonaro não quer ficar atrás.  Justo no tempo da busca pelos votos da turma que não são carne e nem peixe vemos uma batalha que exige de quem observa avaliar quem faz mais teatro, cena para plateia ou fala para o futuro real!

O presidente Jair Bolsonaro(PL), através de entes de seu governo, sinaliza clara e verbalmente que vai colocar sua joia da coroa para vender, a Petrobras. Vão-se os anéis ficam os dedos!  Bolsonaro sempre fez teatro, com apoio dos militares, de que era um liberal e que iria reduzir o tamanho do Estado como nunca tinha se visto. Privatização não vimos. Virou emblema do papo furado o tal Partido Novo, um defensor intransigente do liberalismo, virar oposição firme a Bolsonaro e seu governo.  Todo mundo sabe que essa de vender a Petrobras antes de outubro é conversa para boi dormir, mas a pergunta que fica: será papo firme num eventual segundo mandato?! 

Bem, veremos os próximos dias essa crescente. Teremos que ver mais que mero discurso para começar a crer. Tudo para atrair a turma do Mercado e defensores de menos Estado.

Quanto a Lula, já se vê apoios de tucanos. Chamou atenção a fala de Aloísio Nunes Ferreira, ex-senador e ex-governador tucano de São Paulo. O vice de Lula, o ex-governador  de São Paulo e fundador do PSDB, Geraldo Alckmin, deverá ter posição de destaque na formulação da proposta de Governo da chapa Lula-Alckmin. O ex-presidente Fernando Henrique, em 2005, ainda no meio do primeiro mandato de Lula disse que o que separava o PSDB do PT era a luta política.

Petistas e tucanos se namoravam e se odiavam. O fundador do PT e ministro da Cultura dos dois governos de Fernando Henrique, o sociólogo Francisco Welfort, funcionou como motivo durante anos para os agentes econômicos e sociais mais importantes do país alimentarem essa comunhão. Petistas como os ex-governadores do DF e Acre, Cristovam Buarque e Jorge Viana, respectivamente, não escondiam esse acalanto. O que prevaleceu e serviu para derrotar os tucanos em duas disputas presidenciais foi a “herança maldita”.

A proposta da chapa Lula-Alckmin poderá conter claras teses tucanas, hoje?  Não sabemos. Se isso ocorrer será para valer?

Então, justo na semana da morte da terceira via clássica, surge a questão: as aparentes ou pretensas promessas de Bolsonaro e de Lula para encantar a turma do nem-nem são para valer?! Teremos alguns meses até agosto, quando começará oficialmente a campanha eleitoral para lidar com as mudanças mais fortes nas duas mais importantes candidaturas.

Hoje, o que percebemos é que se tiverem bom êxito poderemos ter uma eleição definida em primeiro turno. Se a saída de Moro da disputa deu força a Bolsonaro uma possível saída de cena de Ciro Gomes(PDT), ou seu rotundo enfraquecimento, poderá levar a uma vitória de Lula na primeira volta do ponteiro.

Se maio poderá ser um mês de Lula, como parece que é, caminhamos para um mês de junho que deverá ser decisivo para as outras candidaturas, além Bolsonaro. O que temos percebido é que os fatos estão chegando antes das datas, as efemérides que os marcam. Calma com o andor, maio ainda está pela metade!

Por Genésio Araújo Jr, jornalista.

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