Depois de muitos erros, acertos!
Os bolsonaristas dizem que Lula não tem condições de andar nas ruas. A retórica, há tempos está posta
(Brasília-DF) A semana começa marcada pelo lançamento da pré-campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva( PT) à presidência da Republica, tendo o já certo na chapa, ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin(PSB), como vice. Com agenda marcada para Minas Gerais, o coração do Brasil nos próximos dias. Segunda-feira, terça e quarta, Lula estará já nas cidades de Belo Horizonte, Contagem e Juiz de Fora.
Independente da mensagem e fala, tanto dele Lula como de Alckmin, é que após quase 40 dias cometendo erros em série, à exceção da ausência física de Alckmin no evento no Expo Norte, em São Paulo, nesse sábado, 7 - tudo foi muito bem feito. Se existiam fios desencapados, louca suja na cozinha e cama desarrumada tudo foi ajustado.
Alckmin falou de lealdade e que Lula era a única via - midiaticamente inventou o Lula com Chuchu, como prato da moda, que rapidamente chamou atenção.
Lula falou de soberania de sobra. Algo que fala tanto a pauta originária da centro-esquerda brasileira como para os militares, famosos por ser os que garantem nossas fronteiras desde a formação da República no século 19.
Lula tratou de falar de um passado de uma vida melhor que deve mover os brasileiros neste momento duro. Disse que não tinha rancor, mesmo com a cadeia que enfrentou e que vai governar com o amor. Ele compromissa a todos com o que pode vir de melhor e não com questões ideológicas.
Eles tocaram um jingle repaginado o passado com uma clara pegada gospel. O vermelho visto no evento, sem descaracterizar quem sempre o usou, foi pontual e não gritante, o verde e amarelo e o hino nacional, abrindo o evento, foram marcantes e simbólicos.
O fato de Lula, mesmo com todo cuidado e respeito, falar que líderes do passado petistas são importantes, mas que não terão lugar em um futuro novo governo, também foi muito importante que tenha sido dito.
Ficou evidente que ele não quis falar de temas que dividem mais que unem. Lula não deixou de falar sobre a defesa da democracia que a todos deve unir contra a ameaça fascista que ele vê Bolsonaro representar.
“Não vamos ter medo de provocação, ter medo de fake news. Nós vamos vencer essa disputa pela democracia distribuindo sorrisos, amor e carinho. Que Deus abençoe o nosso país.”, disse Lula, na véspera de realizar uma agenda em Minas Gerais.
Nesta semana deveremos ver mais episódios de adversários ferrenhos de Lula e do PT, os bolsonaristas, fazendo eventos contra ele em Minas Gerais, como se viu em Campinas, em São Paulo, na semana passada.
Os bolsonaristas dizem que Lula não tem condições de andar nas ruas. A retórica, há tempos está posta.
O mundo inteiro, e não só os olhos do país, estará acompanhando esses movimentos. Se as críticas a Lula nas ruas vierem de pessoas nitidamente orquestradas pelo bolsonarismo ficará evidente a busca da interdição da campanha do petista. É salutar que vejamos as ruas ocupadas, isso é bom para uma democracia, seja de que lado for, mas não em nome da interdição, isso não é democracia. A mídia internacional vai rapidamente evidenciar isso.
As recentes manifestações evidenciadas pelos Estados Unidos de que nossas eleições tem tradição de pleitos limpos e justos podem se juntar para montar um concerto que não interessa a ninguém. O Brasil ter que enfrentar sanções no futuro por algo que sempre soubemos fazer, eleições justas.
Foi Genésio Araújo Jr. jornalista
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