Como será o próximo Dia do Trabalho?!
Nós precisamos imaginar como iremos viver o próximo dia 1º de Maio, já sob os auspícios de alguma coisa de 5G e frente a uma nova ordem mundial que estará clara no ano que vem, certamente
(Brasília-DF) Começamos o novo mês com o famoso 1º de Maio. Essa é a primeira data do Dia do Trabalhador em que os brasileiros e brasileiras podem, de fato, sairem às ruas para de uma forma ou de outra comemorar a data. No Brasil, a última pesquisa PNAD Contínua mostrou que até aumentou o numero de pessoas com trabalho mas o que vemos é que não para de aumentar o contingente da força de trabalho fora do trabalho, a renda continua diminuindo, infelizmente.
Não vamos usar os velhos bordões nessa época do ano: “Não temos nada para comemorar!”. Dessa vez o problema é outro! Não se trata aqui de falar que governo não faz isso, que sindicato não faz aquilo, ou que as pessoas não querem trabalhar, mas só viver de sinecuras ou dos bolsa-família ou auxílio-emergencial! O futuro deu passos largos durante a pandemia do covid-19.
Nós precisamos imaginar como iremos viver o próximo dia 1º de Maio, já sob os auspícios de alguma coisa de 5G e frente a uma nova ordem mundial que estará clara no ano que vem, certamente.
Nesse domingo vimos as centrais sindicais, movimentos sociais e os partidos que apoiam a pré-candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT) falando da forma como a gente lidava com o emprego antes da pandemia. Muitos entre eles querem, simplesmente, enterrar a reforma trabalhista aprovada no Governo Temer sem dizer como as salas de escritórios que continuam desocupadas vão voltar a serem ocupadas, nem como vamos lidar com os efeitos da inteligência artificial em nossa economia, enfim a digitalização da economia. Eles não nos dão respostas!
Por outro lado, os ultra conservadores que apoiam o presidente Jair Bolsonaro(PL), encorajados por ele, fizeram manifestações contra o Supremo Tribunal Federal. Eles querem fazer crer que os principais problemas do país vêm das decisões do capa-pretas da Suprema Corte. Os tais fazem das suas, mas eles, definitivamente, não são os responsáveis por nossa vida cara, difícil e infeliz. Infelizmente, sem espaço com as lideranças sindicais pouco nos oferecerem, nada, para pensar sobre a questão do emprego e do trabalho. Não surge de lá nada que faça o enfrentamento do tema. Vimos nos últimos dias uma confusão de movimentos da área econômica do Governo, até porque do Ministério do Trabalho nada se escuta.
Numa tacada só foi proposta a redução o IPI em 35% dos industrializados e do outro lado foi elevado o CSLL dos bancos. É como se se buscasse reduzir o preço de um produto, mas aumentasse o juro do mesmo. Uma maluquice, falta de rumo.
Se o atual Governo não sabe que rumo tomar em sua política econômica imagina só em sua política para o trabalho e o emprego! É bom lembrar que recentemente foi divulgada na imprensa que em 12 estados dos 27, que inclui o DF, recebem mais auxílio emergencial do que tem pessoas com carteira assinada. Esse governo surgiu como defensor da economia liberal.
Nossa situação é difícil pois os dois representantes das duas candidaturas que podem vencer as eleições em outubro, é o que mostra a polarização faltando cinco meses para o pleito, não apresentam nem sinais de que tem algo para nos apresentar sobre o futuro do emprego e o trabalho neste país.
Alguém pode ate dizer que o domingo 1º de Maio é para comemorar as conquistas frente ao que tínhamos lá atrás. De fato, não podemos esquecer a luta daqueles que morreram para que houvesse direitos trabalhistas, empresários responsáveis e algum tipo de Estado para fazermos enfrentamentos!
A aflição dos tempos atuais não nos permite só isso. Temo que a campanha curta, começando em agosto, não nos apresente algum tipo de ideias sobre o novo trabalho e emprego no nosso Brasil. Temo que só vejamos muita raiva e xingamentos. Espero que não tenha tiro e bomba!
Foi Genésio Araújo Jr.], jornalista
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