Mais que vencer e perder!
Essa turma, em grande maioria, vem ignorando o Brasil
(Brasília-DF) A vitória de Emmanuel Macron na França, mais que a vitória de um centrista na segunda maior economia da região do euro, representa algo mais.
Na América Latina, a maioria das eleições recentes apontaram sociais-democratas no poder. A eleição de Joe Biden, nos Estados Unidos, um centrista clássico apoiado por sociais democratas que atuam às claras na terra do capitalismo já foi mais que destacada. Há de se destacar a reeleição de Viktor Orban na Hungria, com sua “democracia iliberal”, mas que não tem uma relevância no conjunto da obra europeia, assim porque, lembrando, a Hungria faz parte da Otan(Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Na Alemanha, a maior economia da região do euro, o social-democrata Olaf Sholz que montou uma frente inédita com os conservadores e os verdes, já é nome conhecido.
Essa turma, em grande maioria, vem ignorando o Brasil. Na campanha da França, tanto Macron como a ultradireitista Marina Le Pen deixaram claro que não iriam aprovar o acordo de livre comércio com o Mercosul, em muito por conta da postura de nosso país. Macron por conta dos verdes e jovens, que desejava atrair, enquanto Le Pen, por conta da proteção no agro e indústria francesas. Sobra para todo o resto do Mercosul, o peso da nossa política Anti Amazônica de Bolsonaro.
A nossa disputa nacional que se encerra em outubro, hoje, tem o favorito ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT) e o presidente Jair Bolsonaro(PL) como as referências. Lula é figura conhecida, tem interlocutores internacionais tarimbados, mas o Mundo não e o mesmo de 2010. Lula tem boa relação com Macron, mas evitou ir aos Estados Unidos em sua pré-campanha. É conhecida sua viagem à Europa, exitosa, mas Lula que ainda não apresentou um projeto claro para o Brasil ainda não disse como vai lidar com Rússia e China, que se dizem unidas para tudo!
Bolsonaro caso seja reeleito deve iniciar seu segundo mandato isolado a norte, sul, leste e oeste. Os bancos brasileiros, como se viu em recente pesquisa, são dos mais rentáveis do Mundo, mas não por que administrem em cogestão os grandes fundos de investimentos que existem no Planeta e que gostariam de atuar no Brasil, especialmente com os banimentos na Rússia e a tendência mundial de fazer desinvestimentos na China.
Todo mundo sabe que apesar das previsões nada boas do Banco Mundial, FMI e OCDE o Brasil seria um porto seguro para novo investimentos internacionais tanto na questão energética, saneamento e infraestrutura, mas a crise no Brasil ganha um novo colorido que se projeta ainda mais sobre o atual Governo Bolsonaro e um futuro Governo Bolsonaro. A questão com o Judiciário.
O Brasil é o maior país emergente dentro do G-20, que era conhecido por ser uma democracia liberal com previsibilidade, economia de mercado, com um judiciário livre que gerava garantia de contratos, algo fundamental para a circulação de riquezas no planeta. Bolsonaro em sua guerra institucional com o Supremo Tribunal Federal(STF) que tende a seguir adiante até as eleições de outubro, geram graves riscos não só para a nossa democracia, mas para o nosso futuro econômico.
Uma coisa é a briga política que não deve ser vista como bicho de sete cabeças nas democracias, que não complicadas mesmo e difíceis, mas outra coisa é o esfacelamento do arcabouço de nosso Estado. Parece nítido, que mais que vencer o Judiciário Bolsonaro quer ridicularizá-lo perante o resto do País e ao Mundo. Não dá para ver isso como bravata de um poderoso que deseja se manter onde está, é mais que isso!
Está em jogo, mais que vencer e perder, está em jogo o futuro do povo e economia do país!
Por Genésio Araújo Jr, jornalista
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