Não precisava ser tão sério, assim!
Isso, na prática, é o mais duro golpe não só na Rússia, que vai ter suas trocas mundiais travadas, mas na globalização
(Brasília-DF) Em pleno Carnaval, o segundo da pandemia que não temos, estava programado uma lida com a decepção repetida, mas ninguém contava que iriamos ser confrontados tendo que lidar com uma guerra na Europa. O negócio está todo virado de cabeça para baixo!
Um Carnaval perdido, em que nos preocupamos mais com o preço do café do que com o preço da fantasia em que as pessoas, algumas delas, ao menos, ficam falando que os lideres das chamadas potências ocidentais, incluindo ai os Estados Unidos, são um banco de frouxos, fracos pois o presidente da Rússia, Vladimir Putin, teria pego todos desprevenidos - feito eles não reagirem, veementes e sonoros, a invasão injustificada a Ucrânia.
Ora bolas, Putin comanda uma autocracia, não precisa dar satisfação a ninguém e ele é famoso por ter se estabelecido ao vencer os separatistas no território da Cherchênia( 199), que lhe deu grande popularidade. Os líderes mundiais tem que dar satisfação, comandam democracia representativas, tem oposição e alguns chegaram agora ou vão enfrentar eleições. Quem tem que dar explicações vive um mundo perigoso, lembrando Guimarães Rosa.
Consequências do que vemos hoje são um grande marco, até porque estávamos nos preparando, inclusive todos os líderes que estão aí no Ocidente, notadamente, para retomarmos o crescimento e desenvolvimento, enfrentar a pobreza, com a chegada de um quase certo fim da pandemia do covid-19 neste ano, apesar da baixa vacinação em vários locais do Mundo, especialmente na África. Todos imaginavam esse tipo de líderes, pensávamos, a maioria, que o tempo era de reconstrução, infelizmente ainda queimando muito carbono e com o acelerar das trocas comerciais mundiais, que é a cara da globalização do Século 21.
Nesse final de semana, em meio a série dae sanções que os países, que tem que dar satisfação em casa - tomaram para segurar a Rússia que invadiu a Ucrânia temos a decisão dos Estados Unidos, França, Canadá, Itália, Grã-Bretanha, Comissão Europeia e Alemanha de excluir a Rússia do serviços de pagamento SWIFT
Isso, na prática, é o mais duro golpe não só na Rússia, que vai ter suas trocas mundiais travadas, mas na globalização.
A China, que acertou com a Rússia antes da invasão de Putin ao país de Zelesnky, no 4 de fevereiro, um pacto “sem limites” - vem defendendo desde os tempos de isolacionismo de Donald Trump, nos Estados Unidos, e continua assim fazendo - a globalização e a liberdade nas fronteiras econômicas do Mundo. A China sabia que os Estados Unidos voltariam a se unir com os europeus depois de Trump, só para adiar o sucesso iminente do Império do Sol.
Esse duro golpe que ninguém achava que os europeus iriam impor - tirar a Rússia do sistema de pagamentos mundial - é o mais veemente torpedo que a nau da globalização enfrenta desde a crise de 2008, quando o capitalismo correu o risco de ir para o vinagre , foi salvo por Barack Obama, que depois errou muito na crise da primavera árabe de 2013.
Isso terá um impacto efetivo imediato no Planeta, se de fato se efetivar e estender por outros grandes países. Nós do Brasil formamos com a Rússia, China, Africa do Sul e Índia os chamados Brics, que o atual governo nunca deu muita bola, é verdade! É notória a postura do Governo Bolsonaro contra a China.
Somos obrigados a acelerar medidas que estavam sendo adiadas neste país, face esse cenário em que a globalização, que também nos interessa, vai enfrentar! O problema é que estamos em ano eleitoral no Brasil. Tradicionalmente, não fazemos grandes mudanças conceituais em ano de eleição, à exceção daquele histórico 2002, ano do Plano Real.
Quem diria que neste Carnaval estaríamos tratando de assuntos tão sérios! Ora, que saudade que tenho da folia de Momo, em que o segredo é não levar nada a sério. Meu Deus!
Por Genésio Araújo Jr.
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