31 de julho de 2025
OPINIÃO

É cedo demais para baixar a crista!

Nada de novo, pelo jeito? De fato.

Publicado em
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(Brasília-DF)  Enquanto você se preparava para o Carnaval que você não teria, o primeiro desde 1918, ao final da Grande Guerra, aconteciam coisas na vida pública nacional impressionantes, mas nada improváveis de acontecer.

Todo mundo que consegue ver um pouco além das brumas, que propositadamente são jogadas como spray de pimenta em manifestantes desaforados, sabe que Jair Bolsonaro sabe que seu sonho da reeleição só poderá ser transformado em pesadelo se os grupos de centro se unirem para lançar alguém com alguma consistência. Só alguém assim poderia lhe roubar a turma do centrão, que, agora, é dona do coreto.

O seu sonho de consumo o PT já está providenciando, ao dizer que o seu candidato na ausência de Luiz Inácio Lula da Silva será o professor Fernando Haddad, presa fácil da polarização.

Pois bem! A decisão o PSDB de renovar por mais um ano, ao menos, o mandato do ex-deputado e ex-ministro Bruno Araújo para garantir uma possível prévias entre o governador  de São Paulo, João Dória, e o agora pretenso, governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, para a presidência da República, assim como a nomeação do deputado federal João Roma(Republicanos-BA), da intimidade do projeto político do presidente nacional do Democratas, ACM Neto, para ocupar o popular ministério da Cidadania, são duros golpes naqueles que trabalham por uma alternativa centrista ao bolsonarismo.

O senador Tasso Jereissati(PSDB), ex-presidente dos tucanos, fundador do partido e nome respeitado na cena brasileira, disse em entrevista ao “O Globo”, que a recente eleição para o comando do Congresso “triturou” os partidos políticos.  Ele disse que, por outro lado, é uma oportunidade dos partidos, e o PSDB, em especial, se reinventarem.  Ele é da turma que defende que  os grupos de centro, da direita à esquerda, devem encontrar um norte para enfrentar o jogo de polarização que só facilita a vida para o bolsonarismo.

Nada de novo, pelo jeito?  De fato. Os recentes personagens dos últimos tempos, como o governador João Dória(PSDB) e o deputado federal Rodrigo Maia(DEM) tem muitos defeitos. O primeiro é um arrivista, oportunista, um empoado mas se não fosse ele não teríamos vacinas neste início de ano para quase nada. O insistente debate em que ele se meteu e nos meteu foi, e é, muito importante neste momento pandêmico.

O nada simpático ex-presidente da Câmara tem senões às pencas, mas se não fosse ele e sua coragem, o Presidente Bolsonaro, em seus piores momentos, teria subvertido mais ainda a nossa frágil democracia, sem contar sua ações em nome de um reformismo que é amplamente aceito pela sociedade, necessário a um país mais adequado. 

Os últimos movimentos colocam essa gente e seus feitos num armário, como se eles não tivessem feito o que fizeram. Por mais que o PSDB negue, o que se faz por lá minora a importância de Dória. ACM Neto pode até negar, mas o que se parece é que já fez acordo com o Planalto ou está fadado a ser expulso do cargo que ocupa, pois Roma poderá pilhar sua liderança no democrata baiano. Sem força na Bahia, visto que está sem cargo público, quem garante que ficará no comando do Democratas?

Bolsonaro pode ser contraditório a cada momento, seja com a vacinação e outros pontos, mas está jogando a política tradicional como se deve mas não confessa jogar. Tanto com a micro política como na grande política. Tudo em nome da dominação. Ele está no direito de jogar, está com o poder, seus apaixonados acreditam em tudo o que ele diz, mas os grandes partidos de centro, e o que eles um dia representaram, não podem se apequenar agora, faltando tanto tempo para o jogo real. 

Baixar a crista para um governo que tem rejeição de 40% e está numa recessão de mais de 4% é algo inacreditável!

Por Genésio Araújo Jr, jornalista

 

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