ESPECIAL - Uso do dinheiro público, desigualdades regionais, relações de trabalho e diretos humanos estão entre os desafios dos nordestinos nas Comissões da Câmara
Parlamentares do Nordeste eleitos para presidir comissões temáticas falam do que vão priorizar nos debates em 2017
(Publicada originalmente às 20h 47 do dia 24/03/2017)
(Brasília-DF, 27/03/2017) Quais são os desafios que os novos presidentes das 25 Comissões Permanentes da Câmara dos Deputados terão no decorrer deste ano de 2017? As respostas são muitas.
Os debates e embates, entre oposição e governo, também. Instaladas esta semana, após quase 2 meses de atraso, as comissões comissões temáticas começam a funcionar pra valer a partir desta segunda-feira, 27 – como a apresentação do seu cronograma de audiências públicas
Dos 25 presidentes eleitos, sete foram eleitos pelos estados do Nordeste e um deles, mesmo sendo da região, eleito pelo estado de São Paulo. A Agência Política Real ouviu alguns deles.
A fiscalização do uso do dinheiro público, a questão das desigualdades regionais, os as relações de trabalho, a defesas dos diretos humanos e aprimoramento das leis em prol do consumidor são alguns desafios apontados pelos parlamentares nordestinos em seus respectivos colegiados.
Direitos Humanos
O novo presidente da Comissão de Direito Humanos e Minorias da Câmara, deputado Paulão (PT-AL), disse que o Parlamento vive numa conjuntura muita adversa, com ataques direto aos direitos humanos, sob vários aspectos. “São os direitos trabalhistas, direitos previdenciários e também segmentos da sociedade que são vitimados por um processo de intolerância que estamos vivenciando: LGBT, mulheres povos indígenas, quilombolas, jovens da periferia”, diz o deputado.
“No meu caso que eu sou de Maceió, que é uma cidade turística, mas que já teve um período de curto curo prazo de uma sexta-feira a segunda, 36 mortos. Isso é maior que o conflito Israel-Palestina”, emendou.
Para Paulão a CDH “tem um desafios imenso”. Ele lembrou que a equipe de deputados do colegiado já tem uma caminhada de muito tempo e vai ser de bom alvitre. “O PT sempre priorizou essa temática, outros partidos também. Eu eu entendo que não é um partido que tem uma visão humanística. É uma comissão que tem grandes debates, com foco no social. Teve um período que foi muita conflituosa. Mas é um bom desafio.”
Fiscalização Financeira
O deputado Wilson Filho (PTB-PB), no presidente da Comissão de Fiscalização Financeira, afirmou que vai trabalha muito para garantir o maior objetivo do colegiado, “que é fazer com que o dinheiro público seja bem utilizado.”
“Esta comissão, além de analisar os projetos de lei que passam pelo colegiado, tem a prerrogativa de fiscalizar qualquer uso de dinheiro federal, em relação a qualquer convênio com qualquer órgão e qualquer ente federativo (estados e municípios)”, revelou Filho.
“O poder da comissão é muito forte. E nela que sempre debates e embates políticos e ideológicos, entre oposição e situação, acontecem de forma mais caloroso, mas estamos preparados para guiar este ano de 2017, que será um ano difícil, mas com certeza de muitos resultados positivos”, completou.
Trabalho e Serviço Público
Para o novo presidente da Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público, o deputado baiano Orlando Silva (PCdoB), eleito por São Paulo, este “é um momento muito desafiador para as relações de trabalho para o debate do mundo do trabalho e também para o papel do estado”.
Ele ressaltou que a comissão cuida de temas ligados à administração assim com para os serviços públicos, “já que há uma série de medidas por parte do o governo que restringe o financiamento da atividade pública, de políticas públicas e isso tem um impacto imediato sobre a vida das pessoas.”
“A nossa primeira missão é participar ativamente do debate da reforma Trabalhista. Temos a convicção que o trabalhador brasileiro vive um drama no dia de hoje. Somos quase 13 milhões de desempregados e isso vai precarizar o trabalho e tirar direitos do trabalhador. E a comissão deve ficar atentos a esses desafios. Nossa missão é discutir projeto e aprovar leis que crie mais empregos e não restringir direitos que tem sido a tônica deste ano”, frisou
Desenvolvimento Regional
O deputado federal Valadares Filho (PSB-SE), novo presidente da Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônica, destacou que o foco da sua gestão será discutir projetos para amenizar as desigualdades regionais.
“Essa comissão abrange questões importantes no nosso País, principalmente em relação às desigualdades regionais. Nós vamos priorizar o PNDR – Plano Nacional de Desenvolvimento Regional para que a gente possa ajudar as regiões brasileiras a se desenvolverem cada vez mais. Nossa comissão terá uma atuação muito forte nesse sentido”, enfatizou.
Consumidor
O novo presidente da Comissão de Defesa do Consumidor, deputado Rodrigo Martins (PSB-PI), disse que naquele colegiado não existe um grande debate entre governo e oposição. “Lá os deputados estarão defendendo o consumidor e melhorando a legislação, buscando através do debate solucionar esse problemas desse serviços que por muitas vezes não são tão bem prestados e existem cobranças excessivas que dão prejuízos ao consumidor.”
O deputado afirmou que a Operação Carne Fraca será uma prioridade do debate nesse momento. “Vamos promover audiências públicas e visitas aos frigoríficos, já que isso fere diretamente o direito do consumidor”.
Ele disse que também, pretende debater as cobranças abusivas da parte das empresas de telefonia, a polêmica em torno da cobrança do transporte de bagagens pelas companhias aéreas e a eventual criação de um plano de saúde popular privado. “Em relação ao plano de saúde, temos que aguardar a proposta e analisar o caso junto com a Comissão de Seguridade Social e Família”, acentuou.
Pessoa Deficiente
Já o novo presidente da Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência, deputado Cabo Sabino (PR-CE), lembrou que se trata de uma comissão nova e já avaliou que tem 14 projetos que precisam de relatores.
“O nosso primeiro passos é designar esses relatores, colocar na pauta todos os projetos passíveis de serem pautados. Tem requerimentos de audiências públicas e vamos ouvir nossos pares e no dia a dia vamos criar essa pauta sempre voltada para defesa com pessoa com deficiência”, afirmou.
(Por Gil Maranhão – Agência Política Real. Edição: Genésio Jr.)