Parece que o tempo se esgotou!

(Brasília-DF) A semana passada começou com a grande manifestação dos contra ao Governo Dilma, Lula e o PT. No meio do percurso tivemos a “posse” do ex-Presidente na Casa Civil, o Supremo decidiu sobre a Comissão do Impeachment, a mesma foi eleita e instalada pela Câmara Federal, os apoiadores do Governo, Dilma e Lula fizeram uma importante manifestação e, finalmente, houve a decisão do ministro do Supremo, Gilmar Mendes, impedindo a “posse” de Lula na Casa Civil e lhe deixando sob o sol.

O cenário nacional é assim. Quando mal vemos, logo acontece algo mais impactante ainda! Fiquem certos, não somos só nós que nos assustamos com o que vemos! O Mundo inteiro se assusta com o que vê.

Vivemos uma grave crise neste País. A crise na democracia no chamado Mundo Ocidental também é sem precedentes. Na Europa, centro da solidariedade planetária, terra da iluminação, temos testemunhado a crise que tenta legitimar ações contra a imigração – uma negação do Eurocentrismo. A Espanha não sabe o que fazer com sua monarquia constitucional, a grande Alemanha se apavora com o sucesso dos contra a imigração.  Nos Estados Unidos, o sucesso de uma figura antipolítica como Donald Trump e o breve avanço de um improvável como Bernie Sanders, também são indicativos claros dessa crise.

O Brasil está em frangalhos políticos, assim como vários outros países. Estaríamos vivendo uma grave crise da democracia. Tivemos momentos difíceis para a democracia liberal ao final da segunda e terceira décadas do Século 20. Durante boa parte da metade do século passado essa mesma democracia viveu grandes riscos, insuflada pela Guerra Fria.

Hoje, o desafio da democracia envolve não só o futuro de seu modelo representativo e liberal. O grande desafio seria a lida com os direitos difusos de uma sociedade mundial multifacetada , interligada à cata de uma sustentabilidade que vai além da questão ambiental. Um dos grandes desafios da democracia atual seria a questão da corrupção. Governos conservadores ou progressistas são atingidos duramente por isso. A vantagem da democracia, mesmo com suas fragilidades, é a alternância de poder.

Estamos confrontados neste nosso momento de crise com um governo progressista que se esgotou e uma alternância de poder que se mostra não muito melhor do que temos. A grande chave da política e do poder no Brasil são os grande arranjos frente ao caos.  Existe um consenso entre os agentes econômicos de que a Presidenta Dilma não tem condições  de fazer a retomada do País. A necessidade da Presidenta retomar a tropa que lhe apóia fará com que ela adie medidas fundamentais e que estão sendo adiadas desde outros governos, como a reforma previdenciária e outras tantas na área fiscal.

A Política costuma, desde a última redemocratização, fazer arranjos próprios no entanto desde a chegada da estabilidade econômica não temos desafiado os agentes econômicos. Lula com a C”arta de Recife “soube fazer escolhas. Na sua última Carta aos Brasileiros, na semana passada, ele demonstrou que frente às exposições dos grampos tinha que fazer uma novo pacto com a sociedade brasileira. Não sei se terá tempo hábil para tal!

Por Genésio Araújo Jr, jornalista

e-mail: [email protected]