Nordeste e Senado

ESPECIAL DE FIM DE SEMANA – Vá para a rua no dia 13 de março, essa é a sugestão de Cássio Cunha Lima aos brasileiros vitimados pela crise econômica

líder do PSDB no Senado também defende que chegou a hora de os políticos colocarem a “cara para fora”, com protagonismo e mais próximos aos movimentos sociais pró impeachment de Dilma Rousseff

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(Brasília-DF, 26/02/2016) Em meio às comemorações do aniversário do PT neste fim de semana, Política Real quis saber do líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), qual a sugestão que ele daria a um cidadão que está afundado no cheque especial, que não tem previsão de quando vai poder pagar suas contas de água, luz etc, ou, em situação pior, está desempregado. “Vá para a rua no dia 13 de março (dia de manifestação pelo impeachment da presidenta Dilma Rousseff com diversos grupos de mobilização como o Vem pra Rua) manifestar sua insatisfação, porque ou você vai, ou ela fica”, respondeu de pronto.

Cássio Cunha Lima concedeu esta entrevista exclusiva à Política Real às vésperas do dia em que o Partido dos Trabalhos -- ao invés de comemorar em São Paulo, berço do Petismo --, comera       optando por festejar no Rio de Janeiro. Mais distante das manifestações contrárias à legenda e à presidente Dilma Roussef, e, claro, insatisfeitos com a crise econômica, em maio à um momento difícil intramuros na legenda petista.

Sem partidos, sem solução

Cássio Cunha Lima incita os partidos de oposição para externar seus anseios no processo de desenvolvimento em torno do impeachment da presidente Dilma Rousseff. “Eu tenho defendido que, depois do13 de março, os partidos políticos assumam o protagonismo desses movimentos de rua. Porque sem partido, sem política, você não vai encontrar uma solução”, avaliou.

Ele entende que por mais que seja justa, e compreensiva “a indignação, a insatisfação de uma parcela importante da nossa população, no modelo da nossa democracia representativa você não faz política sem partidos”.

“Cara para fora”

Cássio Cunha Lima lembrou que as manifestações do ano passado foram muito importantes, no entanto, ele reiterou que “é a hora dos políticos”. “Sobretudo, nós de oposição, precisamos assumir a nossa responsabilidade no processo. Colocar a cara de fora e fazer eventos como fizemos na campanha das Diretas, da Anistia, no próprio impeachment do Collor”, defendeu.

Um erro estratégico é fazer mobilização pelo impeachment da presidenta Dilma Rousseff, em um único dia no Brasil inteiro.  Ao invés disso, que termina sendo, ao meu ver, um erro tático, pode-se fazer grandes manifestações em São Paulo, por exemplo.

Ele argumenta que, na capital paulista, nunca se tem nada que “seja menor que gigantesco”. E Cássio Cunha Lima acrescenta: “Nem nas campanhas das Diretas, impeachment do Collor, da Anistia, se juntou tanta gente em São Paulo (principalmente na Avenida Paulista) como nas manifestações contra o Governo Dilma e uma série de outras coisas. Tais como a rejeição ao governo que é um ponto convergente.”

Ao citar o exemplo de São Paulo, Cássio Cunha Lima lembra que em uma capital como Salvador, se reúne um público menor. “E aí, taticamente, você termina esvaziando o evento”, explicou.

“Eu tenho defendido que façamos as mobilizações por cidade. Depois do dia 13 de março, quando o Brasil todo vai estar mobilizado, que possamos fazer um dia em São Paulo, outro dia em Belo Horizonte, outro dia em Porto Alegre, em Salvador e assim sucessivamente. Será o povo na rua que vai fazer com que possamos ter a mudança no governo que o país precisa”, diz o parlamentar, otimista.

Na opinião de Cássio Cunha Lima, o Brasil “só vai ter solução” quando mudar o Governo Federal. “O problema está muito bem identificado, com nome e endereço, Dilma Rousseff, Palácio do Planalto”, dispara.

A crise da história

Para o parlamentar da Paraíba, não há registro na história do país de uma crise de tamanha proporção. Ele exemplifica que “no ano passado registrou-se menos 4% do Produto Interno Bruto (PIB) e esse ano, -- pelo início que se percebe, provavelmente -- verificaremos outros menos 4% e teremos, então, temos além de um retrocesso econômico, social, político também.”

As instituições ficam afetadas, segundo Cássio Cunha Lima, por “todas essas práticas de corrupção que eles institucionalizaram como método de governo. É um momento muito difícil, muito delicado da história brasileira”.  

“Temos que ter muita responsabilidade para encontrar uma saída para que possa tirar o Brasil dessa crise de extrema profundidade, de imensa gravidade que estamos vivendo”, acentuou ele.

O que Cássio Cunha Lima tem defendido e “de forma muito clara”, nas suas declarações sobre o tema, é a mudança do governo pelos “crimes que foram cometidos”. Na visão dele, há base legal tanto para abertura de processo de impeachment, e sua efetivação, quanto para a cassação da chapa formada por Dilma Rousseff e Michel Temer (PMDB-SP).

Dengue, zika e chikungunia

Em relação à guerra contra o mosquito Aedes Aegypti, o líder tucano entende que o que acontece com o vírus zika, com a dengue, com chikungunia, com tudo o que está acontecendo é o retrato mais vivo e dramática e cruel do descaso do desgoverno que País vive. “É terrível você se deparar com essa situação onde vidas estão sendo ceifadas, sacrificadas pela inoperância, pela incapacidade pela incompetência do governo”, complementou Cássio Cunha Lima.      

(Por Maurício Nogueira, para Agência Política Real, com edição de Maurício Nogueira)