ESPECIAL DE FIM DE SEMANA - “Ninguém assume responsabilidades, é cada um por si e Deus para todos. Para aonde nós vamos?”, questiona Antonio Carlos Valadares
Ele acredita que para tirar o Brasil da crise econômica, é preciso grande acordo entre o Executivo, o Legislativo e o Supremo Tribunal Federal e implementação do parlamentarismo
(Brasília-DF, 25/02/2015) A saída para a economia brasileira deverá passar por um grande acordo entre o Governo Federal, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal, culminando com a implementação do regime parlamentarista. “Mas, ninguém assume responsabilidades, é cada um por si e Deus para todos. Para onde nós vamos?” A alternativa para sair do buraco da economia brasileira e a pergunta pertinente, para muitos, são do senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE).
O parlamentar admite que “não é todo mundo que concorda” com essa alternativa de um grande acordo e o regime parlamentarista. “Eu não noto ninguém se mobilizando nesse sentido, nem o Congresso, nem o Supremo e nem a presidente da República que, inclusive, detém índices alarmantes do ponto de vista negativo de sua popularidade”, alfinetou.
Parlamentarismo
Na visão de Antonio Carlos Valadares, só o regime parlamentarista proporciona a mudança radical necessária dentro do sistema democrático. “Isso só pode acontecer se houver um grande acordo”, reconhece.
As medidas da equipe econômica não têm surtido efeito para equacionar os problemas principais que atrapalham o processo de retomada do desenvolvimento econômico, segundo Antonio Carlos Valadares.
Efeito colateral
O parlamentar do Sergipe entende que a falta de remédios certos, para reverter a crise econômica, ministrados pela equipe responsável para tanto do Governo Federal resultou em um dramático efeito colateral.
Ou seja, as agências de classificação de risco Stand&Poor’s e Moody’s rebaixaram o Brasil a um conceito em que o torna não confiável para investimentos aos olhos do mundo. “É pela falta de credibilidade que essas agências estão colocando o Brasil na perspectiva de mal pagador, derrubando seu grau de investimento, resultados, ao meu ver, totalmente, desfavoráveis ao futuro do Brasil”, enfatizou ele.
“É preciso, então que a nossa economia entre nos eixos e que nós possamos dar respostas convincentes não só a essas agências, mas à comunidade econômica nacional e internacional”, defendeu Antonio Carlos Valadares.
O quadro econômico continua com ingredientes indesejáveis. Dentre esses, o senador por Sergipe elenca o desemprego, que “é avassalador, são mais de 2 milhões de trabalhadores que perderam seus empregos com carteira de trabalho assinada”.
“‘Imposto’ terrível”
Além disso, a inflação recrudescendo e acima de dois dígitos. O que se traduz, segundo Antonio Carlos Valadares e “um ‘imposto’ terrível, principalmente, sobre a classe trabalhadora, sobre os mais pobres, somando-se, ainda, o aumento dos preços dos produtos alimentares consumidos pela população”.
“Toda a vez que um chefe de família ou uma mãe, ou um cidadão vai ao supermercado ou um mercado para comprar gêneros de primeira necessidade, o cidadão constata que não é um tempo bom como nós vivíamos a três ou quatro anos atrás”, finaliza.
As eleições para prefeitos se aproximam a passos largos. “Para aonde nós vamos?”
(Por Maurício Nogueira, para Agência Política Real, com edição de Maurício Nogueira)