Meses eletrizantes pela frente
Lembro aqui que surgiu a informação, logo após a posse dos novos ministros da equipe econômica, que se faria um colóquio dessa equipe, especialmente do ministro Nélson Barbosa, da Fazenda, com líderes partidários para que se fizessem considerações sobre a
(Brasília-DF) Estamos caminhando para a última semana do mês de janeiro de 2016. Em tese, seria um mês de sossego para o Governo, aparentemente assenhorado na questão do Impeachment, ao tempo que os novos(?!) gestores da política econômica federal poderiam traçar rotas para um ano menos duro, visto que logo após o final do recesso parlamentar os algozes do Governo, o Legislativo e seus agentes, teriam pouco tempo, até porque o Carnaval viria com seu breve, mas importante reinado.
Lembro aqui que surgiu a informação, logo após a posse dos novos ministros da equipe econômica, que se faria um colóquio dessa equipe, especialmente do ministro Nélson Barbosa, da Fazenda, com líderes partidários para que se fizessem considerações sobre a política econômica(?!). Uma clara pretensão de empoderar os líderes amigos antes do período que viria com a busca da recriação da CPMF. A Lava Jato e outros assuntos, como Zelotes e até o caso do tríplex supostamente pertencente ao ex-Presidente Lula, serviram para arrefecer esta pretensão dos amigos do Planalto.
Agora, o PSDB anuncia pesquisa, realizada por eles, que revelaria 66% dos brasileiros beneficiados pelos programas sociais dizendo que vivem pior, passados os 13 anos de Governo do PT. A pesquisa, não tivemos acesso, não precisa ser esmiuçada para dar indicativos contraditórios, mas indica, sim, grandes indícios de verdade.
Os milhões de pessoas que mudaram de patamar e saíram das classes D/E aboletando-se na Classe C, sem contar os muitos da chamada Classe C que migraram para a Classe B, já foram, em algum momento, avaliados por aqui. A clássica Classe Média, fundada a partir do Terceiro Estado da Revolução Francesa, se estabilizou com as classes médias inglesas e depois os americanos pós Anos 50 do século passado - é fruto de uma montagem social de duas ou três gerações seguidas de manutenção de patamar. Enfim, avós-pais-filhos classe média. Os valores conservadores típicos de tal gente. Coisa que não se vê entre os ricos da Classe A e nem nos pobres. Essa classe média brasileira dos 13 últimos anos foi formada em grande patamar pelo acesso ao consumo e não aos valores da classe média tradicional.
Bem, é verdade que o Mundo mudou e as classe médias dos Brics são diferentes. Todos sabem que as classes médias surgidas na China e na Índia são fundadas no consumo, sim, mas também, e muito na produtividade. É falso o que a Oposição diz sobre o irrelevante ganho de nossa sociedade com produtividade, visto a ascensão de muitos às universidades, o programa sem fronteiras e o Pronatec. É verdade que o Governo não deu aos ganhos de produtividade a mesma importância para os ganhos na renda. No Nordeste, com anos seguidos de seca, se não fossem os programas sociais, especialmente, o seguro safra, seguro estiagem e outros, o Mundo ficaria mais ainda velho.
As contradições da pesquisa do PSDB são importantes, porém é relevante lhes dar importância, sim. Ainda não se tem batimentos formais, porém o desastre no PIB ano passado levou milhões de volta no elevador das classes sociais, infelizmente. Isso, claramente, vai engrossar a insatisfação com o Governo, porém as oposições tem algo para colocar no lugar?! Este é ano de eleição, até junho o Governo expia. Teremos meses eletrizantes pela frente até lá!
Boa semana a todos.
Por Genésio Araújo Jr, jornalista
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