31 de julho de 2025
OPINIÃO

A remontagem e o Nordeste

Muito vem se dizendo sobre o momento que chegamos. Há opinião para todos os gostos, porém não podemos negar que surgiu uma grande oportunidade para o País.

Publicado em

(Brasília-DF)  Não dá para negar. O Governo federal que começou em primeiro de janeiro de 2015 terminou. A remontagem apresentada ao final da semana passada é uma prova documental e histórica disso. Não sabemos se será melhor, porém, certamente, podemos dizer que pior não são será.

 

Muito vem se dizendo sobre o momento que chegamos. Há opinião para todos os gostos, porém não podemos negar que surgiu uma grande oportunidade para o País.  Se existe uma conjunção de crise política, econômica e ética em nosso País parte da crise política foi arrefecida. Não podemos esquecer que a crise política continua, pois apesar dos afagos que foram feitos ao Presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, a pressão que ele passou a ter com as revelações das contas na Suiça não cessam.  Já se especula como ele vai cair, onde e quando. Isso já foi feito e ele escapou. Agora, é outro circuito. Outras condições.

 

Não haverá condições imediatas para o campo econômico ter mínimas certezas sobre a cena política. Teremos uma semana dura pela frente, com o início do julgamento das chamadas “pedaladas fiscais” pelo Tribunal de Contas da União(TCU), a votação de vetos constitucionais e a forma como Cunha vai lidar com seu calvário.

 

Temos uma aptidão por avaliarmos o viés nordestino do poder.  A popularidade da Presidenta Dilma e de seu Governo no Nordeste tende a ficar na média nacional, muito ruim. A novidade nessa remontagem do Governo Federal foi a chegada do deputado Marcelo Castro(PMDB-PI) ao Ministério da Saúde.

 

Durante o ano de 2011, andei pelo Nordeste acompanhando os trabalhos da Subcomissão do Nordeste ligada a Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado Federal. Como coordenador editor da agência de notícias Política Real, especializada em Nordeste, tive essa satisfação. Ao lado de uma equipe de jornalistas andei pela região acompanhando as discussões sobre temas para o desenvolvimento. Naquela época, a Subcomissão comandada pelo então senado Wellington Dias(PT-PI), hoje governador do Piauí, tinha a presença do deputado Marcelo Castro(PMDB-PI), que era o autor da proposta de repactuação dos royalties do petróleo na região do Pré-Sal.

 

As ideias do novo ministro da Saúde estão muito vívidas em mim. Ele sempre defendeu uma visão de desenvolvimento regional que se equilibre financiamento, população e desenvolvimento humano.  Ele agora está à frente do mais demandado Ministério de Estado deste País. A primeira necessidade das pessoas é a saúde. Em todas as pesquisas de opinião sobre os serviços públicos a saúde se destaca.  Ele chegou falando tão-somente na questão do financiamento.  Não quis tratar das outras vertentes. Vai sofrer intenso bombardeio neste  seu início de percurso.  Castro tem fama de paciente, didático e equilibrado porém sabe fazer enfrentamentos como foi no caso da sua polêmica participação na relatoria da Reforma Política.

 

Dizem que ele está na cota do Presidente Eduardo Cunha. Não é verdade. Foram muitos próximos. Castro chegou a ser o primeiro vice-líder da gestão de Cunha à frente do PMDB. Hoje, distantes.  Castro antes de tudo é um quadro partidário e deverá cumprir suas obrigações, porém não duvidem: ele apresentará das suas. Vamos ver se vai além de uma nota só.

 

Por Genésio Araújo Jr, é jornalista

 

E-mail: polí[email protected]